| 14/02/2008 18h41min
O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, advertiu nesta quinta-feira que não tolerará protestos após as eleições parlamentares da próxima semana, nem reclamações de grupos políticos de que o processo foi injusto — declaração que já provocou resposta de Washington, com o governo americano afirmando que os paquistaneses têm o direito de fazerem manifestações pacíficas. Partidos da oposição paquistanesa ameaçaram lançar protestos de rua se eles acreditarem que as eleições da segunda-feira forem fraudadas.
Os paquistaneses escolherão um novo Parlamento e, embora Musharraf não esteja disputando o pleito, ele precisa obter uma maioria na legislatura para bloquear qualquer tentativa de derrubá-lo da presidência. Pesquisas recentes de opinião mostram que o apoio ao seu partido está em queda e que a oposição poderá obter uma estrondosa vitória. Políticos oposicionistas temem que os resultados sejam manipulados para garantir aos governistas uma maioria suficiente para bloquear qualquer
tentativa de
impeachment de Musharraf.
O líder de maior prestígio na oposição, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, afirmou hoje que Musharraf já planejou fraudar as eleições, o que poderá levar o país a um levante armado sem precedentes. Ele também advertiu que o ressentimento contra os EUA cresce muito no Paquistão. Em declarações num seminário na capital Islamabad, Musharraf disse que "apesar de todos os boatos, insinuações e qualquer tipo de apreensão, essas eleições serão livres, justas, transparentes e pacíficas", acrescentando que "não haverá manipulação".
O ex-general, que tomou o poder num golpe de Estado em 1999, se disse comprometido com a democracia, "mas não se isso levar o país a ser declarado um Estado falido". Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado do governo dos EUA, Sean McCormack, criticou a declaração de Musharraf. Os país é a principal nação estrangeira a apoiar o presidente paquistanês por causa da luta contra o terror que o ex-general desfechou
contra a Al-Qaeda e o
Talibã. Porém, diplomatas americanos têm expressado preocupação de que o crescente ressentimento popular contra Musharraf prejudique a imagem dos EUA num país que é considerado o ferrolho na luta contra o terrorismo.
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