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 | 15/02/2008 15h50min

UE diz que Brasil não reapresentou lista de fazendas exportadoras

Relação com o total de propriedades autorizáveis é o principal ponto de divergência entre o bloco e o governo

O Brasil não reapresentou à Comissão Européia (CE) a lista definitiva de fazendas que reúnem as condições para a exportação de carne bovina ao mercado comunitário, atualmente vetada pela União Européia (UE), segundo informou uma porta-voz comunitária.

Uma delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz e altos funcionários da CE continuaram com as discussões técnicas sobre a situação de bloqueio europeu ao gado brasileiro, nas quais a lista de propriedades autorizáveis é o principal ponto de divergência.

A UE impede desde 31 de janeiro as importações de carne bovina do Brasil, pois nessa data entraram em vigor novos requisitos para esses envios, que segundo Bruxelas, não são cumpridos por nenhum fazenda brasileira.

Segundo uma porta-voz da CE, na reunião encerrada nesta sexta-feira o Brasil "deu informações adicionais sobre as auditorias e inspeções realizadas" em sua produção de carne bovina, mas "não apresentou a lista definitiva das fazendas". 

— O Brasil confirmou que está finalizando essa relação e que remeterá a informação o mais rápido possível — disse a fonte.

Dentro das divergências entre a UE e o Brasil, divulgadas nos últimos dias, o destaque é para a proposta européia inicial de autorizar uma lista de 300 fazendas certificadas cuja carne poderá ser vendida no mercado europeu, ao invés das 2.681 sugeridas pelo Brasil.

O governo brasileiro qualificou de "inaceitável" o projeto da UE e esta semana indicou que apresentaria uma relação de 600 fazendas. A CE insistiu que o Brasil não terminou ainda a lista definitiva. 

— Quando as autoridades brasileiras remeterem sua relação de fazendas, de acordo com a legislação da UE (que entrou em vigor em 31 de janeiro) a comissão a examinará — revelou outra fonte comunitária.

A porta-voz da CE sublinhou que ao falar do reatamento das importações da carne brasileira, será crucial a próxima inspeção que o Escritório Veterinário e Alimentar da CE (FVO, na sigla em inglês) realizará no final deste mês. 

— A CE reitera sua vontade de seguir com o diálogo e colaborar estreitamente com as autoridades brasileiras — disse a fonte comunitária.

O Brasil é o maior exportador de carne bovina mundial e o primeiro abastecedor da UE, com 65,9% do volume das importações e 56,5% do valor total dos envios desse produto que chegam ao mercado comunitário.

A CE assegurou, no entanto, que não teme problemas de escassez de carne bovina, e que essa demanda poderia ser suprida por envios de outros países, como Argentina, Austrália e Uruguai.

Na Espanha, o secretário-geral de Agricultura Josep Puxeu assegurou hoje que o fechamento às exportações do Brasil permitirá a recuperação do mercado, europeu e repercutirá de forma imediata nos preços da carne bovina na Espanha.

O Brasil, por sua vez, afirma que outros exportadores não vão cobrir a demanda de carne bovina da Europa.

EFE
 
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