| 17/02/2008 11h41min
O Kosovo declarou oficialmente, neste domingo, em Pristina, a independência unilateral do território. A ex-provícia da Sérvia, que contará com uma soberania limitada e tutelada, deverá votar na câmara ainda hoje os símbolos nacionais do novo país.
A rede de televisão americana CNN, mostra milhares de pessoas nas ruas do novo país comemorando a medida. Em discurso no parlamento de Kosovo, o primeiro-ministro kosovar, Hashem Thaçi, se dirigiu aos 109 deputados presentes dizendo que "o dia chegou", para declarar a independência.
— Nunca perdemos a confiança em nós mesmos, nem a convicção de que, em um dia, seríamos parte das nações livres e democráticas — disse Thaçi.
—Vamos fazer história e todo o mundo está do nosso lado — acrescentou o primeiro-ministro, destacando que serão respeitados os direitos de todas as minorias no Kosovo.
Depois da votação da declaração, que estava prevista para minutos depois,
estava na agenda a adoção dos símbolos nacionais,
como a bandeira e o emblema escolhidos entre mais de 1,5 mil propostas.
Contrária a separação da província de maioria albanesa da Sérvia, a Rússia pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.
O ministro sérvio para o Kosovo, Slobodan Samardzic, pediu hoje à população servo-kosovar que permaneça em suas casas, apesar da proclamação unilateral de independência por parte da maioria albano-kosovar.
— A Sérvia não reconhecerá nunca a independência do Kosovo e, já a partir de amanhã, os ministros e outros representantes do governo estarão diariamente na província para garantir uma vida normal aos sérvios e a outros não-albaneses que consideram a Sérvia seu Estado — disse Samardzic hoje em Mitrovica, no norte do Kosovo.
O ministro reiterou a postura sérvia de que a independência unilateral é uma violação da Carta da ONU e do direito internacional, e afirmou que, depois desse ato, qualquer secessão será considerada algo
normal.
Samardzic também qualificou de
"ilegal e ilegítima" a decisão da União Européia (UE) de enviar ao Kosovo a missão civil Eulex, em substituição à da ONU destacada desde o fim da guerra em 1999, por não contar com o sinal verde do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mitrovica é o principal foco de possíveis tensões e atos violentos entre sérvios e albaneses. Por isso, as forças internacionais para o Kosovo (KFOR) reforçaram sua presença no local.
Vários outros ministros e deputados sérvios também se deslocaram hoje a outras áreas do Kosovo povoadas pela etnia para expressar o apoio a essa população, após a proclamação da independência pelo parlamento da maioria albano-kosovar em Pristina.
Os sérvios do Kosovo, estimados em 100 mil a 120 mil entre dois milhões de habitantes da província, estão preocupados com a independência unilateral dos albano-kosovares, a imensa maioria da população. Esses sérvios vivem no norte, próximo da Sérvia, e em vários enclaves espalhados pela
província.
Já em Bruxelas, centenas de
albano-kosovares foram às ruas para comemorar a independência do Kosovo. Elas se concentravam em frente ao edifício do Conselho da União Européia (UE) para iniciar os festejos. Os manifestantes — muitos vestidos de vermelho e preto, cores da bandeira da Albânia — estavam com bandeiras albanesas, além de algumas dos Estados Unidos e da União Européia.
Enquanto isso, em outros pontos da cidade, também houve grandes concentrações ao redor de edifícios oficiais e de embaixadas. Além do apoio da União européia, os Estados Unidos também afirmaram que reconhecerão a independência do país kosovar.
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