| 18/02/2008 10h22min
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, pedirá na terça-feira ao primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, um cessar-fogo em Gaza e na Cisjordânia, revelou hoje um de seus assessores, Saeb Erekat.
— O presidente tentará lançar luz sobre a perigosa escalada (de violência) em Gaza e pedirá o reforço de um mútuo e completo cessar-fogo no território e na Cisjordânia — explicou Erekat em entrevista à rádio A Voz da Palestina.
Abbas e Olmert se reunirão amanhã na residência oficial do primeiro-ministro israelense em Jerusalém, como parte das conversas de paz que Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) mantêm desde dezembro.
O objetivo é fechar um acordo de paz ainda este ano, algo com que Abbas e Olmert se comprometeram na Conferência de Annapolis de novembro.
— Esperamos que as conversas sobre os assuntos centrais do conflito comecem amanhã — disse Erekat, em referência aos aspectos mais polêmicos,
como as fronteiras do futuro Estado palestino,
Jerusalém e o destino dos mais de 4 milhões de refugiados palestinos, entre outros.
Em relação a Gaza, Abbas pedirá a Olmert que suspenda o boicote imposto ao território desde junho, quando o Hamas tomou o controle da faixa, e facilite a entrada de ajuda humanitária. Na agenda do encontro estão também assuntos relacionados com a segurança e o cumprimento do Mapa de Caminho, o plano de paz elaborado em 2003 pelo Quarteto de Madri (Estados Unidos, ONU, União Européia e Rússia), segundo fontes da unidade encarregada das negociações na Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
— A parte palestina expressará sua posição sobre o descumprimento desse plano por parte de Israel no que se refere à construção de assentamentos em Jerusalém — acrescentaram as fontes.
Olmert ressaltou no domingo que não aprovará o estabelecimento de novas colônias judias na Cisjordânia, mas continuará construindo nas existentes, apesar das conversas de paz com Abbas.
Ele confirmou que o importante
e sensível tema de Jerusalém será o último na agenda de discussões com os palestinos para evitar um fracasso do diálogo.
Em 1980, o Parlamento israelense decretou Jerusalém a "capital única e indivisível" do povo e do Estado judeu, enquanto os palestinos pretendem estabelecer a capital de seu futuro Estado em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, de 1967.
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