| 19/02/2008 11h29min
As ruas do bairro Little Havana, em Miami, nos Estados Unidos, amanheceram hoje sem muita alteração diante da notícia de que o presidente cubano, Fidel Castro, havia renunciado ao poder. Motoristas no bairro da comunidade formada por exilados cubanos opositores de Fidel buzinavam ao passar por equipes de tevê que aguardavam a abertura das lanchonetes.
Ulises Colina, um eletricista de 65 anos, disse que não tinha certeza de que a renúncia provocará qualquer mudança em Cuba ou nos EUA.
— Acho que já se sabia que sua carreira política iria terminar em breve — afirmou Colina.
A maior parte dos exilados vê Fidel como um ditador cruel que os forçou, a seus pais ou a seus avôs a deixar suas casas depois que ele tomou o poder na revolução de 1959. Mas a visão deles sobre as relações cubano-americanas é mais variada.
Colina acredita que qualquer mudança em Cuba terá de vir através dos militares, que têm o status de classe média na ilha
comunista.
— Mudanças? Bem, ele é o chefe
da gangue, mas ele tem um punhado de auxiliares que não querem ver nenhuma mudança — avaliou Colina.
Especialistas em Cuba não esperam mudanças imediatas na ilha comunista, ou que Fidel irá desaparecer por completo de vista.
— Não acredito que alguém tão narcisista será removido totalmente do poder — opinou Andy Gomez, do Instituto de Estudos Cubano e Cubano-americano da Universidade de Miami.
— Ele vai continuar a ser consultado. O que você deve ver agora são rostos novos, mais jovens — acrescentou.
Cerca de 1,5 milhão de cubanos e cubano-americanos vivem nos EUA, 65% na Flórida, e a maioria em Miami, segundo o censo americano. Desde que começaram a chegar, a região de Miami tornou-se majoritariamente hispânica, com bolsões de pobreza.
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