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 | 20/02/2008 16h51min

Ex-senador será próximo refém a ser solto pelas Farc, diz sua esposa

Seqüestro de Jorge Gechem foi o estopim do rompimento da paz entre os rebeldes e o ex-presidente colombiano

O ex-senador colombiano Jorge Eduardo Gechem, seqüestrado em 20 de fevereiro de 2002, será o próximo refém a ser libertado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), disse nesta quarta-feira sua esposa, Lucy Artunduaga. O seqüestro de Gechem foi o estopim do rompimento do processo de paz entre as Farc e o governo do ex-presidente colombiano Andrés Pastrana (1998-2002).

A esposa do ex-legislador disse a jornalistas que a congressista opositora colombiana Piedad Córdoba, ex-mediadora entre as Farc e o governo da Colômbia, confirmou a libertação de Gechem por telefone a partir de Caracas.

— Ela (Córdoba) me falou que não poderia estar presente na missa pela liberdade do meu marido, mas me disse para anunciar ao departamento (Estado) de Huila que Jorge Eduardo vai ser libertado muito em breve — explicou Artunduaga.

Em Neiva, capital de Huila, 300 quilômetros ao sul de Bogotá, é celebrada uma missa que lembra o sexto aniversário do seqüestro de Gechem.

O ex-senador — que aparentemente sofreu várias crises cardíacas em cativeiro e sente dores na coluna vertebral — foi seqüestrado em uma ação espetacular realizada por uma tropa de elite das Farc há exatos seis anos.

Nesse dia, membros da chamada coluna móvel Teófilo Forero fizeram um pouso forçado com um avião pequeno da empresa local Aires em uma estrada perto de Hobo, ao sul de Neiva, e seqüestrou o então parlamentar.

Córdoba, que atuava como mediadora entre o governo colombiano e as Farc junto com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse a Artunduaga no mesmo telefonema que esperasse "notícias", segundo a esposa do político refém.

Familiares dos também ex-congressistas Gloria Polanco, Luis Eladio Pérez e Orlando Beltrán, cada um com quase sete anos de cativeiro e também com problemas de saúde, aguardam em Caracas as respectivas libertações, anunciadas pelas Farc no último dia 31.

Com o seqüestro de Gechem, o então presidente colombiano Andrés Pastrana decidiu cancelar na mesma hora e definitivamente o processo de negociações com os rebeldes, que já durava mais de três anos.

As Farc libertaram Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo no dia 10 de janeiro em um gesto de "desagravo" a Chávez e Córdoba, segundo a própria guerrilha, após o cancelamento em novembro, por parte do presidente colombiano, Álvaro Uribe, da mediação que os dois realizavam desde agosto.

Rojas e a ex-congressista Perdomo, assim como os reféns que devem ser libertados agora, além da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, de três funcionários americanos do Pentágono e de dezenas de soldados e policiais, são os considerados pelas Farc como "passíveis de troca".

Os rebeldes querem trocar um grupo de pouco mais de 40 reféns por cerca de 500 guerrilheiros presos.

EFE
Daniel Munoz, EFE  / 

Lucy Artunduaga é esposa do ex-legislador seqüestrado há seis anos pelas Farc
Foto:  Daniel Munoz, EFE


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