| 22/02/2008 09h43min
O atacante brasileiro Ronaldo, do Milan, deixou o hospital Pitié-Sapétrière, em Paris, onde foi operado de uma ruptura total no tendão patelar do joelho esquerdo. Em entrevista coletiva para mais de cem jornalistas, acompanhado dos dois médicos que o operaram, disse que pretende encerrar sua carreira no Flamengo, mas reconheceu que sua volta aos gramados não está garantida:
— Meu coração diz que tenho que voltar a jogar, mas meu corpo deu sinais de que sofreu bastante. Mas a medicina evoluiu e já consegui superar uma lesão semelhante. Pretendo voltar antes do previsto pelos médicos. Se não der, vai ser uma tristeza muito grande.
Ronaldo ficará cerca de 10 dias em Paris e, após passar algumas semanas em Milão, viajará ao Brasil. A previsão é de que o atacante de 31 anos, três vezes considerado o melhor jogador do mundo pela Fifa, fique em recuperação por pelo menos nove meses. Ronaldo se machucou no dia 13 de fevereiro, no empate do Milan por 1 a 1 contra o
Livorno, pelo Campeonato
Italiano, oito anos depois de ser operado por um problema semelhante no joelho direito, no mesmo hospital de Paris.
— Foi um golpe duro, bastante duro, que não esperava em nenhum momento. Vou tentar fazer o melhor possível, seguir todos os conselhos dos médicos e trabalhar muito para voltar a jogar.
Ele classificou a recuperação pela qual passa agora como uma batalha contra seu físico e reconheceu que a volta será bastante difícil. Sobre a possibilidade de abandonar o futebol, Ronaldo disse que seria uma decisão dura.
O professor Yves Catonnet, um dos dois cirurgiões que o operaram, afirmou que é difícil dar com exatidão o tempo que durará a recuperação do jogador. O cirurgião Eric Rolland alertou para a importância do início da recuperação:
— O resultado final depende 50% da operação e 50% da fisioterapia que virá depois. Tudo pode acontecer nos três primeiros meses, uma vez que a cirurgia não é uma ciência
exata.
Ronaldo disse que recebeu o apoio do presidente e dos
dirigentes do Milan, a quem chamou de "uma grande família", e afirmou que recebeu uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao final da entrevista, deixou o hospital para seu apartamento em Paris. No trajeto, foi acompanhado por vários papparazzi.
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