As lixeiras de R$ 990, a adega climatizada de R$ 2,6 mil e o fogão de R$ 7,1 mil que decoravam o apartamento do reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland — patrocinada por uma fundação ligada à instituição de ensino —, tinham a companhia de cinco TVs de tela plana. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com a reportagem, os televisores — comprados entre 2006 e 2007 — não constam da denúncia da Promotoria, que aponta que foram gastos R$ 470 mil para equipar o apartamento funcional do reitor com móveis, eletrodomésticos e eletrônicos. O promotor Ricardo Antônio de Souza afirma que pode haver outros gastos além dos apresentados na denúncia.

— Isso (as TVs) não tem nas notas, mas o relatório da Finatec diz que está lá. As notas podem estar faltando, não posso afirmar que elas são completas. Pode, sim, ter tido mais coisa — afirmou.

Questionada pela Folha, a UnB disse que não se manifestaria sobre o apartamento do reitor, apenas ao Ministério Público Federal, se solicitada. A UnB também não permitiu que a reportagem entrasse no apartamento antes ocupado pelo reitor. Nota da universidade diz que o imóvel é equipado "para atender às necessidades de representação institucional".

A Finatec é uma fundação sem fins lucrativos vinculada à UnB que deveria servir para promover e apoiar o desenvolvimento tecnológico e científico por meio de investimento público e privado. Além da compra de utensílios domésticos para o apartamento do reitor, a Finatec é acusada pelo MP de ter adquirido um carro no valor de R$ 72 mil para uso de Mulholland.