| 27/02/2008 14h17min
A proposta de reforma tributária está no rumo certo, mas deveria ser aplicada de forma mais rápida e mais profunda. Essa foi a avaliação dos empresários, na reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, disse que a proposta é "o triunfo da idéia de se buscar o sistema tributário, harmonizado com o padrão internacional".
Porém, ele lamentou que o sistema proposto pelo governo mantenha três sistemas de tributação sobre o valor agregado: o IVA federal, o ICMS e o IPI.
Para o presidente da CNI, a desoneração dos investimentos deveria ser mais rápida. Na mesma linha, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que o desafio é buscar alíquotas menores e prazos maiores no sistema tributário.
O presidente da Federação da Indústria de Minas Gerais (Fiemg), Robson Braga, e o empresário Jorge Gerdau, do grupo
Gerdau, reforçaram a idéia de urgência da reforma:
— É preciso aprová-la este ano, porque acho que outras reformas precisam ser aprovadas.
O presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, apontou que a reforma pode iniciar a modernização geral da legislação brasileira na área econômica.
— Houve uma mudança radical no comportamento dos negócios e a legislação continuou a mesma, enferrujada — afirmou.
Os empresários aproveitaram para ressaltar ao presidente Lula que a desoneração tributária ajuda a elevar a arrecadação e não traz perda às contas fiscais do governo. O representante do setor de material de construção, Melvin Fox, da Associação Brasileira das Indústrias de Material de Construção (Abramat), afirmou que o setor cresceu 29% em janeiro, na comparação com janeiro do ano passado, graças à desoneração tributária promovida pelo governo.
— A redução de carga tributária para bens de consumo deve continuar —
afirmou.
O presidente da Positivo Informática,
Hélio Rotenberg, afirmou que a desoneração de PIS e Cofins sobre computadores, feita pelo governo, fez com que o chamado "mercado cinza" caísse de 80% para 30% do mercado.
— No ano passado, pela primeira vez, quase vendemos mais computadores do que televisão — disse.
Ele questionou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o que acontecerá com o benefício, já que a reforma prevê a extinção do PIS e da Cofins.
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