| 03/03/2008 17h14min
O governo da Colômbia revelou hoje documentos apreendidos nos quais aparece "uma aliança armada" entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo da Venezuela, velhos contatos e inclusive ajuda financeira entre a guerrilha e o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Em uma carta de um dos líderes da guerrilha consta um "financiamento da Venezuela às Farc, em cerca de US$ 300 milhões." Os documentos pertenciam ao número dois do grupo, Luis Devia, de codinome Raúl Reyes, morto pela Colômbia no sábado em território equatoriano.
Os documentos foram apresentados hoje pelo general Oscar Naranjo, diretor da Polícia Nacional da Colômbia, em uma coletiva de imprensa no palácio de governo.
Segundo ele, a carta do suposto financiamento milionário da Venezuela foi escrita pelo comandante Luciano Marín, de codinome Iván Márquez, que integrava a direção das Farc. A carta foi escrita em fevereiro do ano passado, dirigida a outros integrantes da
guerrilha.
Os militares
colombianos também encontraram uma mensagem de Raúl Reyes, na qual ele destaca o agradecimento de Chávez pela ajuda que as Farc teriam lhe dado quando estava na prisão, em 1992, após uma tentativa fracassada de golpe de Estado. A ajuda teria sido no valor de 100 milhões de pesos, ou US$ 50 mil aos valores de hoje.
Os documentos, afirma Naranjo, não só "mostram implícita uma forte aproximação, como apresentam uma aliança armada entre as Farc e o governo da Venezuela." O oficial não respondeu se as autoridades colombianas sabem como, quando e onde foi usado o suposto financiamento venezuelano aos rebeldes.
"Mentiras"
Em Caracas, o vice-presidente da Venezuela, Ramón Carrizález, respondeu imediatamente e disse que "estamos acostumados às mentiras do governo colombiano".
— Por isso, para mim não tem qualquer importância o que eles dizem. Eles podem inventar qualquer coisa, para sair do constrangimento de
explicar essa violação do território do Equador — disse
Carrizález.
O Equador deslocou nesta segunda-feira tropas à fronteira com a Colômbia para reforçar a segurança na região depois da incursão militar colombiana realizada no sábado.
Segurança na fronteira foi reforçada nesta segunda com o envio de militares equatorianos
Foto:
José Jácomem, EFE
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