Numa escalada militar preocupante na América do Sul, a Venezuela deslocou 10 batalhões de suas Forças Armadas para a fronteira com a Colômbia, nesta quarta. Além das tropas terrestres, o governo do presidente Hugo Chávez também acionou a Força Aérea e a Marinha. Segundo o ministro da Defesa, Gustavo Rangel, a movimentação militar "não é contra o povo da Colômbia, mas sim contra as ânsias expansionistas do império" norte-americano.

— A execução da operação junto à fronteira ocidental (com a Colômbia) está em plena marcha — afirmou Rangel, em uma entrevista coletiva, segundo o site G1.

A escalada militar ocorre horas após o governo da Colômbia divulgar imagens inéditas da operação militar que eliminou o número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes. A ação — ocorrida dentro do território equatoriano — gerou uma crise diplomática entre os dois países e a Venezuela, que ordenou o fechamento de sua embaixada em Bogotá e mobilizou tropas para a fronteira.

Nas imagens, é possível acompanhar o momento em que as tropas chegam ao acampamento da guerrilha logo após os bombardeios. Quase US$ 40 mil foram apreendidos em dinheiro junto com uma mala de documentos. As imagens mostram ainda o que seriam os corpos dos militantes mortos, incluindo Raúl Reyes. Logo após a apresentação do vídeo, o ministro da Defesa colombiano disse que o clima tenso da região é culpa do presidente venezuelano Hugo Chávez, que estaria incitando o colega equatoriano a aumentar o tom do discurso.