| 06/03/2008 07h55min
O funcionamento da mecânica de jogo do Inter em 2008 depende de alguns pulmões privilegiados. Para o chamado "carrossel colorado" rodar bem, é preciso correr muito em campo para abrir espaços e colocar em prática o rodízio de funções.
Wellington Monteiro, Guiñazu e Alex são os exemplos. Os três estão entre os que mais se movimentam em uma partida. Na terça-feira, o próprio Abel Braga afirmou tratar-se de "uma forma de jogar com dor".
O preparador físico Eduardo Silva usa aparelho de GPS, como aqueles adotados nos carros, para medir a distância percorrida por cada jogador no gramado. Como é proibido usar qualquer aparelho em campo em jogos oficiais, a aferição é feita em coletivos e jogos-treinos.
– Em 80 minutos de treino, os jogadores fazem uma média de 12 quilômetros. Mais 10 minutos, que seria o tempo de um jogo, acresceria cerca de 1,5 quilômetro. Não é pouco não – analisa.
No caso do Inter, como a movimentação dos
jogadores é intensa, com alternâncias de
posições, a rodagem é maior. Índio e Marcão, por exemplo, aparecem com freqüência nas laterais. Alex, agora mais avançado, é visto seguidas vezes combatendo no lado esquerdo da defesa.
– O jogador que atua pela esquerda, daqui a pouco aparece no ataque pelo lado direito. Há muita rotação.
O volante, agora convertido em ala-direito, Wellington Monteiro suspira ao falar do assunto. Antes de engatar a resposta, avisa que "é preciso muita saúde" para cumprir a tarefa de correr pela ala, voltar, entrar em diagonal, combater.
Guiñazu: Acabo o jogo 'morto' de cansaço
Monteiro não sabe precisar quantos quilômetros percorre em uma partida. Mas a balança serve de amostra para o desgaste:
– Eu tenho uma idéia pelos quilos que eu perco. No último jogo foram 3,6 quilos. É que no nosso time ninguém pára. O revezamento é
O argentino Guiñazu, sucessor de Tinga na função
de motorzinho do time, é outro que sai de campo mais leve. Revela perder, no
mínimo, dois quilos por jogo. Mesmo parecendo incansável, admite acabar a partida desgastado pelo estilo de jogo intenso do Inter:
– Eu acabo o jogo morto de cansaço. Na minha posição tem que correr muito. Mas na verdade todo o time está se mexendo bastante.
A intensa movimentação e a chamada característica da equipe de "não guardar posição" tem como maior beneficiário o meia Alex. Goleador do Inter no ano (nove gols) e do Gauchão (sete gols), nunca esteve tão próximo da área adversária.
– O nosso esquema exige que todos acompanhem esse ritmo. É essa mecânica que nos dá condições para vencer – explica.
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