| 11/03/2008 15h
Mais de 20 espanhóis foram impedidos de entrar no Brasil nos últimos seis dias, depois que as autoridades brasileiras decidiram endurecer os controles imigratórios para aplicar "medidas de reciprocidade" para com a Espanha. Fontes aeroportuárias espanholas informaram que nesta terça-feira chegaram a Madri sete espanhóis que foram barrados no Brasil em um vôo da Iberia.
Na quinta-feira passada, outros oito foram rejeitados e mais cinco durante o final de semana, na maioria dos casos por não ter passagem de volta, uma das exigências impostas pelo Brasil aos estrangeiros.
Hoje, o embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró, reiterou a parlamentares brasileiros que em seu país não há discriminações e que aqueles que não foram admitidos nas últimas semanas não portavam os documentos necessários.
Ele recebeu na sede da embaixada o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara dos Deputados, Marcondes Gadelha, acompanhado dos
deputados Ivan Valente e Antonio Carlos
Mendes Thame.
Os parlamentares pretendiam ouvir a versão do embaixador sobre os vários casos de brasileiros que não foram admitidos no aeroporto de Barajas, em Madri, e sobre os maus-tratos que eles dizem ter recebido.
O diplomata reiterou que as pessoas que não foram admitidas não portavam os documentos exigidos para a entrada aos países signatários do acordo de Schengen, que regula a entrada na União Européia (UE). Peidró negou ainda os supostos maus-tratos, assim como a falta de comida ou água durante a espera em Barajas para o retorno a seu país que dizem ter sofrido alguns dos brasileiros barrados.
O deputado Ivan Valente disse aos jornalistas que a reunião foi amistosa, mas insistiu em que a Câmara dos Deputados tem a obrigação de esclarecer os fatos. Nesse sentido, lembrou que foram convidados para comparecer nesta quarta-feira perante a Comissão de Relações Exteriores tanto Peidró como alguns dos trinta brasileiros impedidos de entrar na
Espanha na semana passada.
Segundo as autoridades espanholas, cerca de 1% dos 250 mil brasileiros que viajam à Espanha todos os anos não é admitido por falta da documentação necessária.
Fontes oficiais disseram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligará entre hoje e amanhã ao chefe do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, para parabenizá-lo por sua vitória eleitoral do domingo passado e aproveitará para tratar o assunto dos controles imigratórios.
Segundo fontes aeroportuárias espanholas, em Barajas não houve qualquer mudança nas normas que regulam a entrada na Espanha de brasileiros, que são as do acordo Schengen, que regula a entrada de cidadãos de fora do bloco em países da UE.
As fontes acrescentaram que todos os meses "entram na Espanha" mais de dois mil brasileiros e durante fevereiro foram barrados na fronteira do aeroporto de Barajas cerca de 500, enquanto em janeiro o número foi de 400.
Em 2007, em Barajas foram tramitados quase
18 mil expedientes de rejeição de admissão na
fronteira, dos quais mais de 2,7 mil foram de brasileiros, atrás apenas dos cidadãos bolivianos, com 3,5 mil expulsões.
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