O petróleo Brent, de referência na Europa, fechou hoje em alta no mercado de futuros de Londres após marcar durante o pregão um novo recorde de US$ 105,482, estimulado pela preocupação com a escassez da commodity e a fraqueza do dólar.

O barril do Brent para entrega em abril fechou a US$ 105,25 na International Exchange Futures (ICE), US$ 1,09 mais que no fechamento da jornada anterior. A escalada do Brent coincidiu com a do Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve), de referência nos Estados Unidos, que bateu recordes ao superar hoje, pela primeira vez, os US$ 109.

Assim como na semana passada, a escalada de alta do petróleo se deve, entre outros fatores, à preocupação dos mercados com a falta de fornecimento e a fraqueza do dólar, apontam os analistas. A preocupação com o fornecimento se deve a que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu na semana passada não aumentar suas cotas oficiais de produção.

Para surpresa e decepção dos mercados, o cartel decidiu manter seu nível de bombeamento, apesar da forte tendência de alta dos preços e dos apelos dos Estados Unidos, maior consumidor de energia do mundo, para que aumente o nível de oferta. A organização petrolífera culpou as compras especulativas de investidores que buscam refúgio frente à fraqueza do dólar da alta do preço do petróleo.

O valor da commodity não deve cair tão cedo, advertiu hoje a Agência Internacional da Energia (AIE): "Estamos em uma era de preços do petróleo mais elevados", disse o organismo em um relatório mensal.

Além disso, a AIE reduziu ligeiramente suas previsões de consumo mundial de petróleo para este ano devido ao impacto da desaceleração econômica, o que afetará, em particular, os países desenvolvidos, onde a demanda permanecerá praticamente a mesma.