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 | 11/03/2008 21h15min

Imprensa americana espera definição do governador de NY

Eliot Spitzer deve decidir entre renunciar, como pede a oposição republicana, ou continuar em seu cargo

A imprensa americana está atenta hoje ao desenlace do caso do governador de Nova York, Eliot Spitzer, envolvido em uma investigação da Promotoria estadual que trouxe à tona suas ligações com uma rede de prostituição de luxo que operava neste Estado e em Washington.

As cadeias de televisão estão em suspenso, aguardando que Spitzer, de 48 anos e ex-procurador, decida entre renunciar, como pede a oposição republicana e alguns de seus companheiros do partido democrata, ou continuar em seu cargo.

Nos corredores do Congresso estadual em Albany, a capital do Estado, muitos jornalistas dormiram na noite passada, à espera de que por ali apareça Spitzer, disse hoje o senador estadual e reverendo Rubén Díaz.

Nos arredores de sua casa, situada em pleno centro de Manhattan, também se posicionaram todas as cadeias de televisão, esperando que saia dali para ir a Albany e anunciar seu futuro.

Os republicanos ameaçaram submeter Spitzer a um processo de cassação, como já fizessem no passado com o então presidente Bill Clinton, se não renunciar ao cargo.

Se Spitzer abrir mão do governo de Nova York, o vice-governador, David Paterson, assumiria. Negro e cego, ele se transformaria no primeiro governador afro-descendente do Estado.

Na segunda-feira, o jornal The New York Times informou que Spitzer estaria vinculado a uma rede de prostituição de alto nível e indicou que o governador utilizou esses serviços durante uma viagem a Washington em 13 de fevereiro.

Spitzer compareceu perante a imprensa junto a sua esposa, pediu desculpas a sua família e aos nova-iorquinos, e se limitou a considerar o assunto "algo privado".

O fim da carreira de Spitzer, que em seus anos como procurador-geral do Estado era visto como um autêntico combatente da corrupção, começou há um ano com uma rotineira investigação do temido Serviço de Rendas Internas (IRS).

Os inspetores do fisco revisavam, segundo a imprensa local, transações financeiras suspeitas reportadas pelos bancos, quando deram com movimentações pouco freqüentes que os levaram até as contas do governador.

Nelas, segundo o NY Times, observaram movimentos que "pareciam ocultar a fonte, o destino ou o propósito (de transações) de milhares de dólares à vista" e como essas quantias acabavam em outras contas de empresas sem atividade alguma. As pistas levaram a uma rede de prostituição de alto nível chamada Emperors Club VIP.

Foi divulgado que Spitzer pagava à vista os serviços de sua acompanhante, que cobrava até a quantia de US$ 1 mil a hora, e a qual, segundo a imprensa, foi gravada pelos agentes em uma reveladora conversa sobre seu cliente.

EFE
Miguel Rajmil, EFE  / 

Eliot Spitzer, 48 anos, ex-procurador-geral de Nova York, casado há 21 anos e pai de três filhas, viu seu nome ligado a um escândalo sexual nas últimas horas
Foto:  Miguel Rajmil, EFE


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