| 13/03/2008 21h44min
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse hoje que é "inaceitável" que um país adote tratamento discriminatório, voltado para cidadãos de determinadas origens, para impedir que pessoas circulem em seu território, como a Espanha estava fazendo com os brasileiros.
— Isso determinou também uma lupa de nossa parte na entrada dos espanhóis — explicou o ministro, com a ressalva que a situação já caminha para a normalidade, numa referência às conversas que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, tem mantido com seu colega espanhol Miguel Angel Moratinos.
Genro afirmou ainda acreditar que os esforços que o Brasil e a Espanha estão fazendo para suspender as deportações de cidadãos dos dois países não serão prejudicados por episódios como a detenção de um empresário brasileiro que empregava imigrantes em situação irregular em Sevilha.
— Todas as prisões, impedimentos de entrada e devoluções que forem feitas de acordo com a lei soberana do
território e com as normas do direito
internacional são absolutamente aceitáveis — afirmou, em breve entrevista coletiva na sede do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Em Porto Alegre, Tarso autorizou o Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul a montar um Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro com verbas do Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci), a exemplo dos que já existem em Brasília e no Rio de Janeiro. A estrutura terá uma equipe de especialistas e tecnologia de última geração, capaz de cruzar dados de diversas fontes com muita rapidez. O procurador-geral de Justiça do Estado, Mauro Renner, disse que o laboratório irá rastrear o trânsito de recursos ilegais, sobretudo na fronteira, e fornecer informações e provas para as autoridades combaterem o crime organizado.
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