O secretário-geral do Partido Comunista da China (PCCh), Hu Jintao, foi reeleito neste sábado presidente do país para um segundo e último mandato de cinco anos na Assembléia Nacional Popular (ANP, Legislativo), que também elegeu Xi Jinping como vice-presidente. A assembléia aprovou ainda um plano para reestruturar o gabinete, com a criação de cinco "super ministérios" e uma comissão ministerial de Energia. Pelos planos, o governo irá criar ou ampliar cinco ministérios, abolir quatro e realinhar a função dos demais. O governo disse que as reformas têm por objetivo melhorar a eficiência do governo e reprimir a corrupção. Os cinco novos super ministérios irão cuidar de Transportes, Propriedade e Construção, Proteção Ambiental, Previdência e Política de Informação, este último incluindo Defesa das Comunicações e Internet.

Jintao e Jinping receberam o apoio quase unânime dos 3 mil delegados da Assembléia Nacional Popular, que normalmente endossa as decisões dos líderes do partido. Sob o mandato atual, a economia chinesa continuou a crescer rapidamente, assim como seu destaque no cenário internacional, conforme ilustrado pela escolha de Pequim para abrigar os Jogos Olímpicos, em agosto. Jintao e o primeiro-ministro, Wen Jiabao, que cuida da administração do governo, têm o apoio da classe média urbana chinesa, que os considera competentes e simpáticos a suas demandas relacionadas a moradia, inflação, saúde e educação.

Um sinal do status de Jinping junto ao partido foi sua escolha para administrar os preparativos para as Olimpíadas, um evento de grande prestígio internacional e considerado uma chance de mostrar o dinamismo da nova China para o mundo. Porém, Jintao e seus conselheiros terão grandes desafios durante esse segundo mandato. A elevação nos custos dos alimentos puxou a taxa de inflação para o maior nível em quase 12 anos. As tempestades de neve durante este inverno, por sua vez, paralisaram várias regiões da China, deixando evidente as deficiências dos meios de transporte, da infra-estrutura de energia e os planos do governo.