| 16/03/2008 07h59min
O departamento de imigração dos Estados Unidos está fechando o cerco contra os imigrantes ilegais brasileiros. Segundo informação do Consulado-geral do Brasil em Boston, o número de brasileiros presos no Estado de Massachusetts esperando para ser deportados cresceu 25% nos últimos 12 meses. De acordo com o cônsul-geral, Mário Saad, no começo do ano passado havia uma média de 150 brasileiros presos esperando deportação. No início deste ano, a média subiu para 200. Do segundo semestre para cá, o número médio de brasileiros deportados por mês passou de 37 para 45 no Estado.
Em Massachusetts fica a maior concentração de imigrantes brasileiros em um Estado americano: 230 mil. Não há dados sobre as outras regiões que os abrigam em grande quantidade, como Flórida, Nova York, New Jersey, Carolina do Sul e Geórgia. Mas líderes da comunidade afirmam que Massachusetts é uma amostra confiável do que acontece nos EUA — e que a perseguição se intensificou em todos o país.
— Tem
muita gente vindo da
Carolina do Sul e Geórgia, onde a imigração está pegando — disse Erika Abreu, assistente administrativa no centro Bom Samaritano, em Framingham, que ajuda imigrantes brasileiros a encontrar trabalho.
Aperto
O grande aperto na fiscalização recomeçou em junho, quando o projeto de reforma das leis de imigração não passou no Congresso. A lei previa um caminho para legalização dos mais de 12 milhões de ilegais — cerca de 1,2 milhão de brasileiros. Depois que a lei foi rejeitada, a polícia de imigração começou a fazer grandes batidas em vários Estados, com a prisão de centenas de imigrantes em fábricas, frigoríficos e locais de construção.
— A comunidade brasileira está assustada por causa da falta de um horizonte para a legislação de imigração e por causa da deterioração das condições econômicas daqui — afirmou o embaixador.
Além do aperto da fiscalização, a crise econômica americana reduziu a tolerância
com imigrantes, que ainda viram seus ganhos caírem. Muitos
brasileiros estão deixando o país espontaneamente.
— Diante da pressão, muitos estão se questionando se vale a pena ficar aqui — ressaltou Saad.
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