| 17/03/2008 06h44min
Foi até mesmo surpreendente e nas anotações do Grêmio de Celso Roth não deve existir o registro de dois gols de cabeça num mesmo jogo, ambos por desatenção, mau posicionamento e o aproveitamento do Santa Cruz. E o jogo que era para ser uma clara e ostensiva manifestação de superioridade gremista acabou num jogo afogado, empatado até quase o último minuto com um gol também pouco habitual. Ainda de cabeça mas com peculiaridade rara. Perea cruzou da direita, a bola atravessou a grande área e do outro lado, já desequilibrado, quase caindo, mas se reequilibrando na queda, com o corpo projetado, Tadeu conseguiu cabecear, a bola levantou e encobriu o goleiro do Santa Cruz, que, por mais que se esticasse não alcançou a bola. O jogo foi de certa forma assim.
O Grêmio assegurou a liderança do grupo e da competição, ganhou de 3 a 2, mas deve estar desde ontem em Santa Cruz do Sul dedicando algum tempo e boa parte da conversação para decifrar onde deve estar o avanço do time. Roger (que mereceu uma
coluna minha
ontem, duas esclarecedoras páginas assinadas pela Fernanda Zaffari, a abertura da edição de esportes e registros no Falcão, no Wianey e no Mário Marcos, uma prova de que era mesmo o centro dos acontecimentos nos Plátanos) jogou razoavelmente como meia de articulação. Ninguém jogou acima do esforço de Paulo Sérgio, o goleiro Marcelo se enganou nos dois gols do Santa Cruz, se atrasou na saída de gol e ficou fora dos dois lances, mas fez três defesas no chão absolutamente precisas, e Celso Roth terminou tentando salvar o jogo: incluiu dois atacantes para se juntar a Perea e foi salvo pelo gol que descrevi, raro, muito raro.
Faltam dois jogos e bem mais para o time.
A carta
A resignação geral no Beira-Rio, sábado, foi que o time, enfim, venceu, não levou gol e, assim, superou o trauma do meio de semana no Centenário. Depois do jogo, abriu-se a consideração sobre o que havia acontecido com o time na goleada do Juventude. Quase uma
desestruturação, houve até uma carta do
ex-presidente Carvalho para o técnico Abel Braga que não foi divulgada, mas Abel referiu-se a ela como o maior incentivo. O jogo contra o São José, por menos que pudesse anunciar de verdadeira dificuldade, era emblemático, era o primeiro jogo depois do fracasso em Caxias do Sul. A vitória de 2 a 0 foi modesta, sem empolgação ou repentes. O zagueiro Marcão fez os gols em manobras bem pensadas e melhor executadas. Na primeira, a 12 minutos do primeiro tempo, Iarley passou para Fernandão que, de três dedos, colocou a bola do outro lado onde entrava o zagueiro criativamente, e no segundo foi outra vez Iarley quem atravessou a bola para Marcão, que entrava pela esquerda. O toque na bola foi qualificado e definitivo. Muito mais do que isso não houve, até risco de gol Zequinha foi evitado por Renan, brilhante em três lances desses.
Agora será em Chapecó pela Copa do Brasil, viagem amanhã, jogo na quarta no horário da televisão, quase 10 horas. Volta Edinho, permanecem todos. Abel já disse a
verdade: é um
dos jogos do ano. E as críticas a Fernandão continuam aumentando, houve no rádio, na esquina, no boteco. É um grau de exigência que se expressa pela restrição na medida em que essas respostas qualificadas custam a aparecer. Mas Zé Vitor Castiel, o ator Global e colorado, fala por uma maioria: ele dá todo o crédito a Fernandão e espera o que só ele sabe dar como resposta no campo.
Amigos
Como faço de 15 em 15 dias, estou no Bem, Amigos esta noite no canal 39. O Palmeiras rebentou com o São Paulo. Esse será um dos assuntos dominantes, com certeza. Kaká e Pato perderam, Robinho também perdeu, talvez fiquemos reflexivos e tudo esteja dominado por Wanderley Luxemburgo, de gravata e braços levantados por Diego Souza. Por mim, ouço e falo, nessa ordem.
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