As bolsas européias fecharam em queda forte nesta segunda-feira. Terry Ewing, da Resolution Asset Management em Londres, disse que a compra do Bear Stearns pelo JPMorgan nos temos anunciados reflete a severidade da situação e os problemas econômicos crescentes enfrentados pelos EUA. Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 3,86%, a 5.414 pontos, na pontuação mínima do dia e no nível mais baixo desde novembro de 2005. As ações do setor financeiro estavam entre as que mais caíram.

— A crise de crédito está roubando dos bancos e de outras instituições financeiras qualquer capacidade para financiar-se ou para a provisão de liquidez e, no fim das contas, para o financiamento do crescimento da economia — disse o estrategista Mike Lenhoff, da Brewin Dolphin Securities.

Os destaques negativos do pregão da Bolsa inglesa foram os bancos Barclays (-9,35%), HBOS (-12,78%), Lloyds TSB (-5,58%) e Royal Bank of Scotland (-8,69%) e seguradoras como Alliance & Leicester (-7,17%) e Friends Provident (-7,30%). As ações das mineradoras caíram, em reação à queda dos preços dos metais, devido ao temor de contágio da crise do setor financeiro para a economia como um todo (Anglo American -5,87%, Antofagasta -8,4%, BHP Billiton -7,86%, Xstrata -5,54%).

O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, fechou em queda de 3,51%, a 4.431 pontos. O destaque negativo do pregão foi a empresa do setor aeroespacial e militar EADS, com queda de 1,68%; as ações da Alstom caíram 8,54%, em reação ao alerta de queda nos lucros feito pela rival alemã Siemens.

As ações do setor financeiro sofreram quedas fortes (AXA -5,95%, BNP Paribas -3,32%,Crédit Agricole -4,58%, Société Générale -8,39%). Um operador disse que "há vários indicadores econômicos que serão divulgados amanhã, mas o foco serão os informes de resultados dos bancos Lehman Brothers e do Goldman Sachs, além do anúncio da decisão do Fed (sobre o juro básico americano)".

A Bolsa de Frankfurt fechou com o índice Xetra-DAX em queda de 4,18%, a 6.182 pontos. As ações da Siemens caíram 17,08%, depois de a empresa fazer um alerta de queda nos lucros. No setor financeiro, os destaques foram Commerzbank (-7,04%, Deutsche Börse (-10,46%) e Deutsche Bank (-6,03%). As ações da Volkswagen subiram 4,32%, após elevação do preço-alvo de suas ações pelos analistas do Goldman Sachs.

Na Bolsa de Milão, o índice S&P-Mib fechou em queda de 3,39%, a 30.586 pontos. As ações da Alitalia caíram 26,78%, depois de seus acionistas aprovarem a oferta de compra de 0,10 euros por ação feita pela Air France-KLM. As ações do setor financeiro sofreram quedas fortes (Mediobanca -5,65%, Unicredito -4,39%).

O índice Ibex-35, da Bolsa de Madri, fechou em queda de 2,81%, a 12.656 pontos. As ações da Bolsas y Mercados de España caíram 5,94%. Outros destaques negativos foram BBVA (-3,03%) e BSCH (-2,95%). A única componente do Ibex a subir foi Indra (+0,39%).

Em Lisboa, o índice PSI-20 fechou em queda de 3,48%, a 9.815 pontos. As ações da operadora de telefonia Portugal Telecom caíram 5,87%, após rebaixamento da recomendação das ações da empresa pelos analistas do JPMorgan. No setor financeiro, os destaques negativos foram do Banco Espírito Santo (-3,66%) e Banco BPI (-3,23%). No setor de energia, as ações da Galp caíram 8,38%. As ações da Jerônimo Martins, vistas como defensivas, subiram 1,72%.