O governo do Equador não vai reatar suas relações diplomáticas com a Colômbia enquanto Bogotá manter o que Quito considera uma "campanha midiática" contra sua administração.

A declaração foi feita nesta segunda-feira pelo ministro de Segurança Interna e Externa, Gustavo Larrea, que teve uma suposta foto sua com um líder guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) publicada pelo jornal colombiano El Tiempo. Larrea afirmou vai apresentar uma queixa à Colômbia por difundir "falsa informação".

O ministro de governo do Equador, Fernando Bustamante, negou hoje que Larrea seja o homem que aparece em uma foto ao lado de Raúl Reyes, guerrilheiro das Farc morto no dia 1º de março por forças colombianas em território equatoriano.

Bustamante disse que o homem com Reyes é na realidade o secretário-geral do Partido Comunista da Argentina, Patricio Etchegaray. O político argentino confirmou hoje, em Buenos Aires, que é ele quem aparece na foto.

O ministro Larrea disse que enviou uma carta ao jornal colombiano para que corrija a informação publicada.

O jornal publicou hoje em sua página na internet uma foto que retratava uma suposta reunião entre Larrea e Reyes.

De acordo com a publicação, a foto havia sido encontrada no computador pessoal de Reyes, recuperado pelo Exército colombiano após a ação militar que resultou na morte do guerrilheiro.

— O senhor Larrea merece uma desculpa do diário El Tiempo — afirmou Bustamante.

Ao ser questionado por jornalistas se o ministro considerava a publicação da fotografia como uma "campanha midiática" do governo colombiano, Bustamante respondeu:

— Não podemos comprovar isso, mas podemos temer.

Utilizando arquivos encontrados no computador de Reyes, o governo colombiano acusou o Equador de ter ligações com as Farc.

Segundo dados encontrados, Reyes teria enviado cartas a membros da cúpula das Farc nas quais contava sobre as reuniões que manteve com Larrea, em nome do presidente equatoriano, Rafael Correa.

Financiamento

O El Tiempo também publicou hoje um reportagem na qual afirma que US$ 480 mil apreendidos na semana passada em uma casa na Costa Rica podem fazer parte de um fundo para financiar as gestões internacionais das Farc.

De acordo com investigações oficiais, o dinheiro encontrado perto de San José era destinado ao guerrilheiro Rodrigo Granda, considerado o "chanceler" da guerrilha.

O dinheiro seria para ajudar Granda a "financiar suas atividades na América Central e em outras nações do continente".