| 18/03/2008 21h16min
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) prevê que até abril o consumo de álcool no Brasil como combustível vai superar o consumo de gasolina. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira pelo superintendente da agência reguladora, Edson Silva, e toma por base a evolução no consumo dos dois combustíveis nos últimos 12 meses.
Nesse total, Silva somou o consumo de álcool hidratado (vendido diretamente aos consumidores) e o anidro (misturado à gasolina, na proporção de 25%). Silva lembrou que isso já ocorreu no país no final dos anos 1980, no auge do Proálcool, mas ele acha que a marca deve ser comemorada.
Conforme os dados divulgados por Silva, em janeiro de 2007 o país consumiu 1,520 bilhão de litros de gasolina enquanto o total movimentado com álcool (anidro e hidratado) somou 1,088 bilhão de litros, com uma diferença de 432 milhões de litros. Em dezembro, o consumo de gasolina atingiu 1,703 bilhão e o de álcool alcançou 1,604 bilhão, com a
diferença caindo para
99 milhões de litros.
Já em janeiro último, as vendas de gasolina totalizaram 1,515 bilhão e as de álcool, 1,466 bilhão, com a diferença de apenas 49 milhões de litros. Silva aproveitou para alertar os produtores quanto à responsabilidade junto ao consumidor.
— O produtor de álcool não poderá ficar pensando em preços de matérias-primas no mercado internacional. Quem se propôs a produzir álcool deve produzir álcool, independente dos preços do açúcar no mercado internacional — disse Silva.
De qualquer forma, Silva considera que a situação atual é melhor do que a registrada nos anos 80, quando o consumidor não tinha opção.
— Agora, com o carro flex, se o preço do álcool se tornar desvantajoso, o consumidor muda de combustível — lembrou.
Além do aumento da frota de carro flex no mercado, Silva observou que outro fator que está ampliando o consumo de álcool é o fato de os preços do combustível terem caído nos
últimos meses, enquanto os preços da gasolina se mantiveram
estáveis. Em janeiro de 2007, o álcool hidratado era vendido no País, em média, por R$ 1,59 o litro e caiu para R$ 1,47 (-7,5%). Já a gasolina permaneceu em R$ 2,50 por litro.
Dessa forma, o preço do álcool equivale a menos de 60% do preço da gasolina. A avaliação dos especialistas é que o álcool é mais vantajoso quando fica em até 70% do preço da gasolina.
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