| 29/03/2008 05h49min
O jogo pode surpreender às mentes mais apressadas pela tranqüilidade com que talvez se realize ou pode em parte justificar esse ânimo conflitivo gerado pela avaliação dos últimos resultados de Juventude x Grêmio. Ou pode simplesmente ser um jogo comum e até aborrecido. O futebol se compraz em desmentir-se, como confirmam os hispânicos. Mas esse - o caráter especial do jogo da tarde no Centenário - é um ingrediente aditivado que não se pode ignorar ou reduzir pelo bom senso. Vai jogar, entra em campo, veste a camisa, reclama do árbitro e pode sair vitorioso. Ainda não pude ver com atenção e algum tipo de anotação o time do Zetti no camarote. Volta Márcio Alemão, um bom e forte zagueiro, mas volta também toda ambição e certamente todas as ilusões. Também jogam.
Celso Roth, que deu plena continuidade à invencibilidade de Vagner Mancini, acrescentou a essa primeira tarefa a reorganização do time, a definição do ataque e um modo coletivo de jogar que tem trazido segurança defensiva com o
imenso
benefício dos gols feitos, graças sobretudo ao colombiano Perea.
Esse será o principal adversário do Juventude e o primeiro time de Grêmio.
Árbitros
Na quinta-feira foram sorteados os árbitros. Carlos Simon perdeu mais um sorteio, quem vai apitar Ulbra e Inter é o jovem Márcio Chagas da Silva. Mas Gaciba ganhou e vai hoje a Caxias do Sul dirigir o jogo mais enrolado da primeira rodada, Juventude x Grêmio. Jogo sacudido, sempre cai alguma coisa no chão. Mas Gaciba já foi escolhido o melhor árbitro brasileiro, tem a experiência e os créditos. Se os dirigentes, os jogadores e os técnicos tiverem uma clara idéia do prejuízo que um julgamento apressado ou provocativo pode acarretar, tenho certeza de que vai se ouvir alguma obviedade, mas teremos um jogo calmo e superior.
Que assim seja.
Schünemann
Modéstia à parte, foi um grande acontecimento a entrevista do
Werner Schüneman: cálida sempre, intempestiva às vezes, solidária, bem informada e
muito divertida também. O StudioClio estava lotado e chovia uma hora antes do Encontros.
Muita gente se declarou surpresa com a articulação política e profissional do Werner porque falamos de aulas de História, de sala de aula, de literatura, de teatro, de cinema, das novelas da Globo, do país, dos partidos políticos, da Vera Fischer com carinho e respeito, ele de barbicha aparada por sua participação em Nova Jerusalém, Pernambuco, na Santa Ceia.
Foi uma entrevista que durou quase três horas, mas com tempo apenas de um sorriso entre respostas e perguntas, e um copo dágua. O grupo Bailei na Curva, que está em cartaz na próxima semana, e se recomenda de pés juntos, fez a canja musical, brilhante em vozes e instrumentos, quase de homenagem ao Werner, um parceiro porto-alegrense daqueles idos de 60. Fomos jantar em mesa comprida e divertida no Via Imperatore, na República, para não sair do clima.
O próximo Encontros é nova homenagem, a Kleiton e
Kledir.
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