| 01/04/2008 01h19min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou na noite desta segunda-feira apoio da base aliada à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e foi duro nas críticas aos adversários que batem na tecla do dossiê com dados de despesas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em reunião com a coordenação política do governo e líderes aliados, Lula disse que não terá problema em abrir o sigilo de suas contas quando deixar de ser presidente e deu estocadas na imprensa, sob o argumento de que a mídia deveria divulgar quem vazou o documento de 13 páginas, contendo despesas com cartões corporativos no governo Fernando Henrique Cardoso.
— A oposição quer se pendurar na CPI dos Cartões porque não tem discurso: não pode falar de crescimento, inflação ou infra-estrutura, porque tudo estamos fazendo — afirmou Lula, segundo participantes da reunião, no Palácio do Planalto.
Em tom taxativo, o presidente garantiu que o responsável pelo vazamento
de dados sigilosos será punido. Até
o momento, porém, o Planalto não identificou o "traidor".
— A imprensa não sabe quem deu os documentos? Então, tem que divulgar para vocês chamarem na CPI — disse o presidente na presença de Dilma, a ministros, deputados e senadores que a chefe da Casa Civil é "séria e honrada".
Argumentou que "jamais" deixaria de confiar em Dilma para acreditar em especulações sobre o dossiê. Lula afirmou que um presidente da República, qualquer que seja ele, é impedido de revelar seus gastos por questões de segurança nacional. Foi neste momento que disse ser possível fazer o gesto logo após deixar o poder. Irritado com os ataques da oposição, o presidente afirmou, ainda, que as despesas de seu governo são muito menores do que as efetuadas na gestão Fernando Henrique.
— Não é possível continuar nesta discussão medíocre de dossiê de vazamento. Eu não vou entrar nisso. Vou continuar andando o Brasil inteiro, lançando obras. Fui para o Rio, foi muito bom.
As pessoas estão pedindo mudanças,
querendo que coisas avancem —disse Lula na reunião, segundo um parlamentar.
Na reunião, foi comunicado aos líderes que o governo vai filtrar os dados que serão fornecidos a CPI. Antes de remeter documentos sigilosos, órgãos como a Abin, Polícia Federal, Gabinete de Segurança Institucional e Receita Federal serão ouvidos sobre a conveniência da divulgação. Descartou-se a convocação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para depor na CPI dos Cartões e da secretária-executiva de Dilma, Erenice Guerra, que coordenou o levantamento de dados com os gastos, inclusive, de Fernando Henrique.
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