Um surto de hepatite tipo A, a forma mais branda do vírus, pode tirar do Inter até cinco jogadores para o restante do Gauchão. Por enquanto, os únicos casos confirmados pelo diretor médico Paulo Rabelo são os do volante Maycon e do fotógrafo do clube Alexandre Lops.

Nesta terça-feira, os exames devem confirmar o diagnóstico no goleiro Renan. O seu reserva Muriel, o volante Edinho e o lateral-esquerdo Ramon estão sob suspeita e serão submetidos a exames de sangue a cada 48 horas nas próximas duas semanas para verificação do quadro.

Como o tratamento exige, ao menos, 21 dias de repouso, estariam fora das finais do Gauchão e da próxima fase da Copa do Brasil. Caso confirmada a doença, precisarão passar por nova pré-temporada em maio.

O drama de Renan é ainda maior. O técnico Dunga deve convocar em junho o grupo da Olimpíada de Pequim, que começa no dia 8 de agosto.

O Inter desconhece a origem da doença. As investigações começaram quinta-feira, quando Maycon apresentou os sintomas de hepatite A — dores abdominais, febre, náuseas e falta de apetite. Os jogadores fizeram exames de sangue, que detectam a presença do vírus através de indicadores da inflamação no fígado.

— Damos tratamento de suporte aos jogadores, que consiste em repouso, e de combate aos sintomas, como febre, náuseas e dores abdominais — comentou o infectologista Fabiano Marcos, do Hospital Mãe de Deus.

Os exames apontaram que apenas seis jogadores jamais tiveram contato com o vírus — há casos em que a pessoa é contaminada mas o próprio organismo combate a doença e dispensa vacinação. Orozco, Jonas, Danny Morais, Gil, Luís Carlos e Guto precisaram tomar a vacina ontem, junto com familiares, dirigentes e funcionários na mesma situação. A mulher de Maycon e as duas filhas foram vacinadas no Beira-Rio.

Maycon está desde sábado internado no Mãe de Deus

Das 70 pessoas com acesso livre ao vestiário, apenas 30 precisaram receber a vacina. Um cartaz colado na porta avisa que não será permitido acesso ao local a dirigente ou conselheiro nas próximas duas semanas — a fim de evitar novos contágios de pessoas não-imunizadas.

— É claro que dá medo ver isso acontecer em nosso ambiente. Vim correndo fazer a vacina — disse Gil.

Internado desde sábado no Hospital Mãe de Deus, Maycon segue debilitado e em repouso absoluto. Recebe apenas familiares no quarto 724. Uma das enfermeiras do setor avisou a quem foi visitá-lo:

— Ele não está querendo ver ninguém. Está bem mal.

O fotógrafo Alexandre Lops passou seis dias internado no Mãe de Deus. No sábado, recebeu alta. Com fadiga e enjôo, perdeu peso devido à ausência de fome. Hoje, passará por novos exames e amanhã faz nova consulta médica para saber quando estará liberado para retomar o trabalho.

— Ainda não estou bem curado. Não precisei de remédios, só ingerir líquidos e descansar — contou Lops.

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