| 02/04/2008 09h16min
Ecônomo responsável pelos bares do Beira-Rio e do Olímpico, Antônio Celso Trevisan, 57 anos, procura saída diante da lei que proíbe venda de bebidas alcoólicas nos estádios gaúchos, sancionada nesta terça pelo governo do Estado. Mesmo que só tenha de encará-la a partir do dia 2 de abril de 2010. Segundo o ecônomo, a cerveja representa cerca de 60% do faturamento das copas nos dias de jogos.
O projeto de autoria do deputado estadual Miki Breier (PSB) concede aos clubes prazo de um ano para adequação, a contar a partir da publicação da lei no Diário Oficial.
– Não tenho idéia do que fazer – lamentou Trevisan.
Trevisan administra 28 copas no Beira-Rio e de 25 a 28 no Olímpico, onde o número varia conforme a partida. Ele calcula uma média de consumo de meia lata de cerveja por torcedor, o que significa 15 mil unidades em um jogo com 30 mil espectadores. O lucro chega a R$ 1 mil em cada copa. Com a restrição ao álcool, sobrariam apenas lanches, água, café e refrigerante. Opções que talvez não sejam suficientes para manter o interesse dos revendedores.
– Os vendedores recebem a bebida para venda consignada. Com refrigerante, não sei se o volume vendido valeria a pena – disse Trevisan.
Pelo sistema vigente, o ecônomo funciona como intermediário entre os clubes e as pessoas que trabalham nos bares. Dono das concessões, Trevisan abocanha entre 15% e 20% do faturamento de cada copa. Uma cerveja custa R$ 2,50 e, se comprada de ambulantes nas arquibancadas, fica R$ 0,50 mais cara.
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