| 02/04/2008 17h40min
O dólar recuou nesta quarta-feira em relação ao real, refletindo o fluxo cambial positivo e a valorização de alguns produtos básicos (commodities). A queda das cotações acompanhou também a depreciação do dólar ante o euro nos mercados internacionais de moedas, depois que o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, reconheceu pela primeira vez desde o início da crise do crédito que a economia americana pode entrar em recessão neste semestre.
No fechamento, o dólar comercial valia R$ 1,727, ou 1,03% menos que a cotação registrada no fim dos negócios nesta terça-feira. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista recuou 1,15%, para R$ 1,725.
Segundo operadores de câmbio, o fluxo comercial foi negativo, mas houve ingressos financeiros expressivos, com destaque para uma entrada de cerca de US$ 500 milhões de um empresa do setor de telefonia. Uma fonte também informou que houve ingressos de estrangeiros que
migraram para a Bovespa.
Hoje, em seu habitual leilão diário de compra de dólares, o Banco Central absorveu apenas parte do fluxo positivo do dia, com a compra de cerca de US$ 140 milhões. A taxa de corte no leilão foi de R$ 1,7295.
Com a oferta maior do que a demanda das tesourarias, as cotações do dólar à vista oscilaram em baixa o dia todo. A mínima foi de R$ 1,72 e a máxima, de R$ 1,738 (contra o fechamento ontem em R$ 1,745). O giro total à vista somou cerca de US$ 2,874 bilhões.
Segundo operadores, Bernanke sinalizou para uma recessão no primeiro semestre, mas disse também que a economia do país poderá se recuperar no segundo semestre. Esses comentários, afirmaram essas fontes, reforçaram a expectativa de novos cortes na taxa dos Fed Funds, mas as Bolsas seguiram em baixa e o dólar perdeu suporte de alta ante o euro. Antes de Bernanke, o dólar abriu vantagem contra a moeda européia na esteira do relatório de vagas criadas no setor privado americano em março. Foram criadas 8 mil vagas,
contra expectativa de
corte de 70 mil. Às 16h54min, o euro subia 0,52%, para US$ 1,5683.
Entre as commodities, no fechamento em Nova York, o ouro para junho subiu 1,40%, para US$ 900,20 a onça-troy (31 gramas); e o petróleo para maio saltou 3,81%, para US$ 104,83 o barril.
No início da tarde, o Banco central informou que o fluxo cambial encerrou o mês de março positivo em US$ 8,051 bilhões. Esse foi o melhor resultado desde julho de 2007.
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