| 11/04/2008 05h41min
Se antes de conceder a entrevista anunciando dias difíceis ao torcedor após a eliminação diante do Atlético-GO o presidente Paulo Odone tivesse conferido com o setor de finanças o tamanho exato do prejuízo, talvez o desânimo fosse ainda maior. As saídas prematuras da Copa do Brasil e do Gauchão significam perda de receita de R$ 6 milhões para o Grêmio.
É este o valor aproximado que o clube deixará de arrecadar ao ficar um mês sem disputar uma partida oficial. O próximo compromisso é apenas no distante 11 de maio, contra o São Paulo, no Morumbi, na abertura do Brasileirão. Até as obras dos novos vestiários para as categorias de base e a reforma no CT de Eldorado do Sul terão o ritmo diminuído com a queda na receita.
Apenas quarta-feira, ao deixar escapar em casa a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil, o Grêmio perdeu R$ 150 mil. É o valor da cota para quem alcança as oitavas-de-final. A partir daí, os valores vão crescendo até chegar a R$ 1,2 milhão
(campeão) e R$ 600 mil
(vice). Restou ao Grêmio os R$ 280 mil pelas duas fases classificatórias. Pouco para quem projetava faturar até a final, conforme a previsão orçamentária.
— A pancada foi grande — resume o diretor financeiro do Grêmio, Mauro Rosito.
O número final de R$ 6 milhões de prejuízo inclui também receitas agregadas, como as vendas das Lojas GremioMania e o quadro social. Não é possível calcular na ponta do lápis, mas após derrotas demolidoras como as de domingo e quarta-feira, cresce o número de sócios em atraso que deixam de atualizar as mensalidades. Sobretudo quando não há jogo para ver, como no próximo mês. A tristeza beira as lágrimas na hora de contabilizar as rendas.
— Se contra o Atlético-GO tivemos público de 30 mil pessoas e lucro líquido de R$ 180 mil na bilheteria (a renda total foi de R$ 270 mil), descontadas as taxas, como seria nas fases finais? Nosso cálculo era entre 40 e 50 mil pessoas por jogo. O presidente só disse a verdade — lamentou
o vice de finanças, Túlio Macedo.
Leo e Pico devem ser vendidos para equilibrar caixa do clube
O prejuízo estimado de R$ 6 milhões com a ausência nas fases decisivas do Gauchão e da Copa do Brasil torna emergencial a venda de um jogador. De acordo com Rosito, o déficit anual do Grêmio é de cerca de R$ 10 milhões, algo em torno de 4 milhões de euros, valor perfeitamente administrável para os padrões brasileiros - desde que um jogador seja negociado com o Exterior.
— As eliminações tornam a necessidade de venda ainda maior — suspira Rosito.
O zagueiro Leo interessa ao Hoffenheim, clube de Carlos Eduardo na Alemanha. É o primeiro da lista para deixar o Grêmio e equilibrar o déficit, agravado pelas derrotas. O lateral Anderson Pico também teria recebido proposta para sair.
— Acabou o dinheiro — resume Odone, lembrando das dívidas trabalhistas de gestões passadas que estão sendo pagas.
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