| 11/04/2008 14h07min
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o belga Jacques Rogge, afirmou nesta sexta-feira que “não há ninguém atacando os Jogos, mas que algumas pessoas o estão utilizando”, em referência às propostas de boicote à cerimônia de abertura do evento e às tentativas de prejudicar o revezamento da tocha.
– Obviamente, preferiríamos que os políticos não falassem sobre boicote – disse Rogge, em Pequim.
O presidente do COI atribuiu a utilização que, segundo ele, tantas pessoas vêm fazendo do evento ao fato de “os Jogos serem o evento mais midiático do mundo”.
Visivelmente cansado após duas semanas de intensa atividade, Rogge fez um discurso cauteloso ao término da reunião da Junta Executiva do COI, evitando qualquer tipo de avaliação política vinculada aos Jogos ou ao seu anfitrião, a China.
– Essa é uma linha que não devemos cruzar – disse Rogge.
O presidente do COI se negou a dar detalhes sobre sua reunião com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, limitando-se a dizer que se tratou de uma reunião “muito proveitosa, com um diálogo muito franco, aberto e sincero para a preparação dos Jogos Olímpicos”.
Rogge voltou a assinalar o compromisso da China com a garantia da livre expressão dos atletas, desde que respeitem as leis do país.
– Há países no mundo nos quais, se você queima a bandeira nacional, é preso. Qualquer país tem suas próprias regras em termos de expressão e protesto. Recebemos das autoridades chinesas a garantia de que os atletas poderão se expressar de maneira crítica sem conseqüências.
Rogge destacou a grande união do movimento olímpico em torno dos Jogos de Pequim, após uma semana na qual os 205 Comitês Olímpicos Nacionais, os cinco continentais, os representantes dos atletas e do próprio COI manifestaram apoio ao evento.
– O esporte disse não ao boicote esta semana – encerrou o dirigente.
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