Pela primeira vez este ano, a projeção para a inflação de 2008 pelo IPCA superou o centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No relatório semanal Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o índice oficial de inflação no país, passou de 4,50% para 4,66%.

Com a alta, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) esperado para esse ano ficou acima do centro da meta, que é de 4,50%. Para 2009, a projeção do IPCA também foi ajustada para cima, de 4,30% para 4,40% - a meta de inflação de 2009 perseguida pelo BC também é de 4,50%.

A meta de inflação determinada pelo CMN tem uma tolerância de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Portanto, o que o mercado está projetando hoje é uma inflação superior ao objetivo central, que é 4,5%, mas ainda dentro da margem de tolerância da meta.

A pesquisa Focus reúne as projeções de cerca de 100 instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. A previsão para a taxa de câmbio, no final deste ano, ficou em R$ 1,75 por dólar, igual à da semana anterior. Para o final de 2009, a projeção de câmbio está em R$ 1,85 por dólar.

Para a taxa básica de juros, a Selic, o mercado financeiro fez de novo um ajuste para cima, de 0,25 ponto percentual. A estimativa da taxa para o final deste ano passou de 12,50% para 12,75% ao ano. Na semana passada, o mercado já havia elevado a Selic em 0,50 ponto.

Para o fim do ano que vem, o mercado projeta a Selic em 11,25% ao ano, ante 10,50% da projeção da semana passada. A taxa Selic está atualmente em 11,25% ao ano e o Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se esta semana para definir a nova taxa. A aposta é de um aumento de pelo menos 0,25 ponto percentual, para o nível de 11,50% ao ano, este mês.

Nos números referentes ao crescimento da economia brasileira, o mercado financeiro elevou a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 de 4,6% para 4,7%. Para o ano que vem, a previsão de crescimento do PIB é de 4%, estável em relação ao índice previsto na semana passada. Em relação à produção industrial, o mercado elevou a previsão de expansão de 5,29% para 5,40% este ano. A previsão para a produção industrial em 2009 é de aumento de 4,5%.

Quanto à balança comercial brasileira, a previsão dos economistas dos bancos é de um superávit de US$ 25,30 bilhões em 2008, uma queda em comparação ao saldo de US$ 26,05 bilhões projetado na semana passada. A previsão do superávit comercial de 2009 também caiu, de US$ 20 bilhões para US$ 19,5 bilhões.

Para a conta corrente (saldo de todas as transações do País com o exterior), a pesquisa de mercado Focus mostrou forte aumento da projeção de déficit este ano, de US$ 12,1 bilhões para US$ 16 bilhões. A previsão para o saldo da conta corrente em 2009 é de um déficit ainda maior, de US$ 20 bilhões (a projeção da semana passada estava em US$ 13,92 bilhões).

A previsão para o ingresso de investimento estrangeiro direto (IED) em 2008 permaneceu em US$ 30 bilhões. Para 2009, a projeção do ingresso de recursos externos no país, de investimento direto (produtivo), subiu de US$ 26,71 bilhões para US$ 27 bilhões.

Agência Estado