| 15/04/2008 11h47min
O diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, rebateu nesta terça-feira a afirmação de que não poderia falar sobre a área de exploração de petróleo conhecida como Pão de Açúcar, na Bacia de Santos.
— Claro que podia! Não sou subordinado à CVM. Sou membro do governo. O que eu não podia fazer e não fiz foi um anúncio. Eu disse que existem grandes possibilidades— afirmou Lima, referindo-se à Comissão de Valores Mobiliários, acrescentando que estava falando para um mercado especializado, referindo-se ao seminário promovido pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Lima disse que as informações dadas por ele, ontem, sobre a área de petróleo na Bacia de Santos, foram publicadas em fevereiro deste ano, no jornal World Oil, de Houston, dos Estados Unidos. O artigo, assinado por Arthur Erman, intitulado "Tree Super-Giants Feelds Discovery off Shore Brazil", afirma que, se as notícias sobre o tamanho e potencial da área estiverem corretas, sobre a
estimativa de 33 bilhões
de barris de óleo, esse campo seria o terceiro maior do mundo, com produção cinco vezes maior do que a área de Tupi.
De acordo com Lima, as mesmas informações foram publicadas, também, pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o diretor da ANP, que chegou no final da manhã ao Senado para uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a publicação americana é pouco lida no Brasil.
— O pessoal vinculado à Bolsa de Valores não está interessado nisso. Querem ganhar dinheiro — afirmou, numa referência à reação no mercado de ações, ontem, em decorrência de suas declarações.
Lima disse que não houve intenção de especular com a informação. O diretor da ANP voltou a defender mudanças nas regras para aumentar a participação do governo na exploração de petróleo.
— Não dá para ter descobertas de jazidas dessa magnitude e continuar com os mesmos procedimentos do leilão — afirmou.
Segundo ele, vários
países produtores de petróleo já mudaram a sua legislação. Lima
disse que não falou com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, sobre esse episódio, mas que se tiver oportunidade falará com ele. Ontem o ministro Lobão disse que o anúncio sobre reservas de petróleo tem de ser feito com segurança.
— Não quero julgar o comportamento da ANP. Quero apenas dizer que o que se vai fazer daqui por diante é com a segurança devida que a responsabilidade nossa impõe — disse o ministro. Segundo Lobão, é preciso ter cautela com as informações sobre a extensão da reserva.
Bloco BM-S-9, na Bacia de Santos, teria reservas até cinco vezes maiores do que as estimadas para a área de Tupi
Foto:
EFE
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