| 17/04/2008 05h14min
Era para ser um procedimento técnico e de rotina, mas virou caso envolto em brumas que alimentam boatos. Em vez de revelar o resultado do exame suspeito de doping realizado em Grêmio 2x1 Esportivo, dia 21 de fevereiro, no Olímpico, CBF e Federação Gaúcha de Futebol adiaram o anúncio do nome do jogador para esta quinta-feira. Enquanto isso, todos os envolvidos, inocentes ou não, sofrem como condenados.
— Vejo o 51 (código de telefônico da região da Capital) no celular e me dá calafrio. Sei pelos jornais, ninguém informa nada direito — diz o zagueiro do Esportivo Juliano Navarini, 24, um dos quatro que coletaram urina.
No caso dos dois jogadores do Esportivo, as trapalhadas das autoridades esportivas podem custar o emprego no segundo semestre. Ambos buscam time para trabalhar. Ter o nome envolvido em suspeitas de doping não ajuda em nada.
— Meu empresário ligou apavorado com os boatos. Que clube vai querer um cara com história assim? —
desabafa Juliano, demonstrando serenidade
acerca de sua inocência.
— Deviam parar de enrolação. É simples, basta dar o nome — reclama o zagueiro Ronaldo, que não vê possibilidade de o possível dopado ser do Esportivo. — Se fosse gente nossa, já tinham liberado os nomes. Para demorar tanto, deve ser do Grêmio.
No clube da Serra, todos falam sobre o episódio sem problemas. No Olímpico, sob alegação de preservar Tadeu e Roger, que fizeram exame pelo Grêmio, só falam os dirigentes.
Na FGF, a informação até agora é de que se trata de substância atípica, o que não configura doping necessariamente. Sobretudo se junto ao exame estiveram explicações por escrito do médico do clube. No entanto, fonte de ZH ligada ao Ladetec, laboratório carioca responsável pelas análises, afirma que se trata de corticóide esteróide, proibido pela Fifa. A substância é antiinflamatório muito potente que produz efeitos colaterais, como certa euforia e redução da dor.
— Pedimos urgência para a CBF,
mas o malote com o laudo e o nome só vem hoje —
explica Ivan Pacheco, diretor médico da FGF.
— Tudo está sendo mal conduzido. Não podia ter vazado sem confirmação, para não prejudicar a imagem dos jogadores e dos clubes. Estamos tranqüilos aqui — garante o diretor médico do Grêmio, Márcio Bolzoni.
Por meio da assessoria de imprensa, a CBF informou que não irá se manifestar oficialmente sobre o caso, já que a FGF organiza o Gauchão.
Ainda assim, funcionários estranham o atraso no envio do malote com o resultado dos exames.
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