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 | 27/04/2008 12h26min

Jardel revela que usou cocaína

Atacante se diz recuperado e manifesta desejo de voltar ao Grêmio ou ao Vasco

Um dos maiores artilheiros da história recente do futebol brasileiro, Jardel atravessa uma má fase. Aos 34 anos, vive em Fortaleza, esperando um novo clube para jogar. Em entrevista ao programa Esporte Espetacular deste domingo, o centroavante revelou qual foi o seu principal problema nos últimos tempos: o uso de cocaína.

— Errei primeiro começando a andar com más amizades. Aí veio a separação, a depressão, a droga. Não sirvo de exemplo para nenhuma criança — admite.

Jardel garante que parou de cheirar cocaína há cerca de dois meses e diz que quer recomeçar sua carreira. Ele treina com a esperança de retornar, mas só se for para um grande clube, "de preferência Vasco ou Grêmio", os dois times em que ele se destacou no Brasil.

O centroavante que fez história no Grêmio da década de 90 e no Porto da virada do século está longe dos seus melhores momentos. Entre 1995 e 2003, marcou quase um gol por jogo. De 2003 para cá, em passagens por oito times, fez só quatro, ao todo.

— Quero voltar a um time grande, porque nos times pequenos eu era colocado para resolver, mas não tinha jogador que colocasse a bola para mim lá — explica.

Jardel afirma que só cheirava cocaína nas férias, e não quando estava jogando. Mas revela que o uso de drogas é muito comum no futebol:

— Não posso falar nomes, mas conheço muitos que passaram pelo mesmo que eu. Só que eu estou sendo forte. Sei que a bebida puxa droga, puxa mulher, mas quero recomeçar uma nova vida. Estou abrindo meu coração nesta entrevista, reconhecendo isso. Espero que não seja da boca para fora. Se eu falhar, vou falhar comigo e com Deus.

Na entrevista, o centroavante mostrou sua casa em Fortaleza, onde ocupa um lugar especial a camiseta do Grêmio com a qual ele conquistou a Recopa, em 1996. Além de vestir a camiseta e cantar um trecho do hino do clube em frente à câmera, Jardel contou uma história dos bastidores daquele time multicampeão, do qual ele é um símbolo:

— O Felipão chegava na palestra, pegava a minha cabeça com as mãos e dizia para o Paulo Nunes e outros jogadores: "Ó, estão vendo esse cabeção? Quando estiverem pelos lados do campo, joguem a bola no alto para ele que ele resolve". O Felipão me dava moral, tenho uma história muito bonita com ele. Mas eu tenho essa cabeça assim porque eu sou do Ceará! — diverte-se.

Esporte Espetacular, Reprodução / 

Jardel guarda com carinho a camiseta do Grêmio em sua casa, em Fortaleza
Foto:  Esporte Espetacular, Reprodução


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