O Juventude conseguiu, nos acréscimos, um bom resultado diante do Inter no primeiro jogo das finais do Gauchão, no Alfredo Jaconi. O reserva Maycon, que entrou no decorrer do segundo tempo no lugar do capitão Lauro, marcou de cabeça e definiu o placar de 1 a 0 para o time da casa quando parecia que a primeira decisão do campeonato iria terminar com o marcador fechado.

Com o resultado, o time de Abel Braga vai ter que correr no próximo domingo para fazer pelo menos 2 a 0 para ficar com o título. Uma vitória simples de 1 a 0 leva a disputa para a cobrança de pênaltis.

A peleia foi parelha nos primeiros 45 minutos. Em jogo decisivo, ninguém estava disposto a dar chances a vacilos. Por isso, o jogo começou com ênfase na marcação do meio-campo. Mas logo aos dois minutos Nilmar mostrou que estava a fim mesmo de encontrar, ou melhor, se reencontrar com o caminho do gol. Disparou pela esquerda em velocidade, mas acabou adiantando demais a bola, que ficou nas mãos do goleiro Michel Alves.

O atacante colorado ainda teve outras duas boas oportunidades. Em uma, dominou na frente da área e bateu por cima do gol. Na outra, em uma jogada de efeito passou por Marcio Alemão aplicando janelinha no zagueiro, driblou Nunes e bateu cruzado de perna esquerda pela linha de fundo. Mas a melhor chance colorada foi um cabeceio com Danny Moraes, que obrigou Michel Alves a fazer uma excelente defesa.

Já o Juventude apostou muito na bola cruzada para o centroavante Mendes. O técnico Zetti, que investiu na chegada pelas pontas, ainda inverteu os laterais Elvis e Helder para confundir a marcação. O Ju chegou com perigo aos 29 em um rebote apanhado por Lauro, que bateu sobre o gol de Clemer. Outra boa chance para o time da casa foi uma cobrança de falta ao lado da área. Leandro Cruz alçou da direita e a bola cruzou toda a extensão da área, passando próximo da meta colorada.

O técnico Zetti teve de mexer no time aos 21 minutos, quando Renan levou uma pancada não intencional do volante Magrão. Hércules ingressou no lugar do companheiro machucado acima do olho direito. O local inchou na hora e ele não teve condições de prosseguir em campo.

No segundo tempo, o confronto ganhou mais velocidade, mas as equipes criaram poucas chances claras de gol. Só não deu para afirmar que Clemer e Michel Alves foram meros expectadores, pois nas poucas oportunidades em que foram exigidos, tiveram de trabalhar sério.

Mesmo tendo boas estocadas no ataque, Nilmar deixou o campo substituído por Iarley e não gostou. Ao deixar o gramado do Jaconi, resmungou sobre a alteração aos 17 minutos da etapa final:

– Eu estou bem, é sempre a mesma coisa – disse Nilmar em tom de desapontamento, alegando que não saiu do jogo por cansaço.

Em vez de permanecer na casamata com os colegas vendo o jogo, preferiu se recolher no vestiário.

Nos 45 minutos finais, a melhor oportunidade até então foi de Juan Perez, obrigando Clemer a espalmar para escanteio aos 29 minutos. O panamenho bateu forte de frente para o gol, mas ficou só com o escanteio.

Só que Zetti havia apostado em ampliar as opções de ataque. Tirou Lauro, camisa 498 no jogo deste domingo, e colocou o atacante Maycon. A ousadia do técnico do Ju em sacar um jogador de meio-campo deu resultado apenas nos minutos de acréscimo.

Em uma jogada pela esquerda, Ivo disparou pela ponta após bobeira de Fernandão, que perdeu a bola, e cruzou na altura do segundo poste. Maycon apareceu ali e, de cabeça, não deu chances para Clemer.

O ponto negativo do jogo foi o lance de irresponsabilidade do zagueiro Titi, que Abel Braga colocou na partida na vaga de Ji-Paraná – este de atuação discreta. Titi tentou chutar Ivo com violência na linha lateral do campo e levou cartão vermelho do árbitro Leonardo Gaciba e está fora do jogo no Beira-Rio, no próximo domingo.