| 03/05/2008 18h41min
Desde que decidiu trocar as luvas de goleiro pela prancheta de técnico, Zetti vive uma situação que define como "incômoda". Se em 18 anos como jogador conquistou todos os títulos sonhados por um jogador, como treinador ainda busca a primeira taça. São cinco anos de carreira e a terceira final regional.
Talvez por isso, aos 43 anos, Zetti esteja ansioso para a partida. Sentiu essa aflição no Paulistão de 2004, quando o Paulista perdeu para o São Caetano, e no ano passado, com seu Paraná sendo derrotado pelo Paranavaí, do gaúcho Amauri Knevitz.
— É frustrante perder decisão, fica um gosto amargo. Não importa se ganhei muito no São Paulo. O que vale é o próximo título. Quero muito vencer o Gauchão, será especial na minha carreira — definiu o técnico.
Zetti sabe que a paciência talvez seja a principal virtude de um técnico. Mas
admite o nervosismo em semana de decisão. Cita Telê
Santana, seu técnico em seis temporadas, com quem conquistou Mundial Interclubes, Libertadores, Brasileirão, Recopa, entre outros títulos. Para aparentar calma, Telê fiscalizava até mesmo com quem o jogador chegava ao treino na véspera da final.
— Tenho o Telê como exemplo para tudo. Ele era ansioso, mascava palitos de dentes nos jogos, ficava irritadiço na semana da decisão. Sou um pouco assim também. Controlo da alimentação dos jogadores ao foguetório da torcida nesses dias — exagera.
A trajetória de Zetti no Juventude entusiasma. Assumiu no dia 27 e, 48 horas depois, perdeu em casa para o Grêmio por 2 a 1. Uma semana depois, se classificou ao vencer no Olímpico por 3 a 2. Ganhou a confiança dos jogadores e da torcida.
Zetti virou ídolo em Caxias do Sul ao colocar o time na final e vencer o Inter no último domingo. Agora, descarta a mística da touca e repassa o favoritismo da decisão a Abel Braga:
— Touca é lenda do futebol. O Juventude
está próximo da conquista, é verdade, mas
a obrigação é do Inter, por ser campeão do mundo.
Apesar de ser discípulo de Telê e Ênio Andrade, com que trabalhou no Palmeiras, Zetti adota guarda-roupa ao estilo de Wanderley Luxemburgo. No primeiro jogo, vestiu paletó preto, combinado com camisa verde e sapatos reluzentes. O vestuário contrastava com o dos primeiros jogos no clube: tênis, jeans, camisa e boné.
— Usei terno por causa do frio mesmo. O clima daqui permite que as pessoas sejam mais elegantes. Lá no Nordeste, nem o Luxemburgo trabalha com terno e gravata - explica.
Raio X
Zetti, registrado Armelino Donizetti Quagliato há 43
anos em Capivari-SP, ainda busca o primeiro título. Como técnico, trabalhou nos seguintes
clubes: Paulista (2003/2004), Guarani (2004), Fortaleza (2004), São Caetano (2005), Bahia (2005), Ponte Preta (2005), Paraná (2007), Atlético-MG (2007), Fortaleza (2007) e Ituano (2008).
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