| 17/05/2008 02h55min
Desde terça-feira Perea está calado. Chega ao Olímpico, treina e deixa o vestiário em silêncio. Depois da entrevista de cerca de 20 minutos concedida na segunda-feira, o colombiano percebeu que passaria a semana tendo de explicar a seqüência de cinco jogos sem marcar. Apesar de garantir estar tranqüilo, preferiu se preservar. A esperança é dar uma resposta para imprensa, torcida e si próprio, amanhã, às 16h, contra o Flamengo.
Empenho não falta. Na quinta pela manhã, um trabalho específico de finalizações foi realizado no gramado suplementar. O técnico Celso Roth também está atuando nos bastidores. Na base da conversa, trabalha a parte psicológica de Perea, mesmo afirmando que ele é um jogador com qualidade e experiência suficientes para superar o atual momento. Diz que o papel da comissão técnica é dar alternativas no treino para tudo funcionar com perfeição no jogo. Porém, faz o alerta.
— Precisamos ter muita calma nesta situação do atacante não marcar.
Ansiedade atrapalha, e muito —
avisou.
Na concepção de Perea, está mais complicado marcar agora porque os zagueiros já o conhecem. Acredita que antes ficava cara a cara com os goleiros adversários com muito mais facilidade. As diferentes duplas de frente utilizadas pelo Grêmio em 2008 também não servem como justificativa. Quanto à situação física, assegura ser uma das melhores da carreira. Seria então má fase? Para ele, não. Trata-se apenas de uma situação normal.
— Sei que é natural. É questão de trabalhar, esperar a hora dos jogos e, se a oportunidade aparecer, tratar de aproveitá-la — falou na segunda-feira.
Claro que Perea está incomodado. Porém, pela partida do fim de semana ser o reencontro com a torcida em Porto Alegre depois de mais um mês, ele afina o discurso com os companheiros: o mais importante é um resultado positivo. Mas gostaria que pelo menos um dos gols da vitória fosse seu:
— Seria importante para eu recuperar a confiança.
Uma torcedora em especial poderia estar preocupada com a situação de Perea: a mãe Luz Angela. O colombiano estreou no Grêmio dia 9 de fevereiro, aos 14 minutos do segundo tempo contra o Novo Hamburgo. Foram quatro jogos sem marcar até ele desencantar fazendo quatro contra o Jaciara, no Olímpico. Perguntado se iria pedir o alento da mãe mais uma vez, brincou:
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