| 25/05/2008 20h26min
O capítulo final da turnê de despedida foi perfeito, na definição de Gustavo Kuerten. O ex-número um do mundo, tricampeão de Roland Garros, disse que pode sentir um pouco do gosto de ser um grande jogador de tênis. Depois, contou da emoção do jogo e da homenagem que recebeu da Federação Francesa de Tênis.
O jogo
— Foi melhor que o esperado. Quando eu anunciei que viria jogar em Roland Garros, muita gente perguntou se isso seria a opção correta. Se eu não seria atropelado pelo adversário. Mas quando eu botei aquela camisa igual à de 1997, falei: 'Isso tem que dar certo'. E eu pude mostrar um pouco do jogo que eu introduzi no saibro. Fiz um pouco de tudo: bati direta paralela, saquei bem, subi rede. Tive um sentimento de fortaleza dentro de mim. A sensação de jogar de igual para igual com ele na maioria dos momentos. De saber que eu ainda sou um cara perigoso na quadra. Fico com a sensação de que, se eu estivesse em melhores condições físicas, estaria nas cabeças, brigando com os melhores do mundo — concluiu Guga.
Emoção
— Eu vinha me preparando nos últimos dias, mas na hora em que vi o estádio lotado, as pessoas gritando, e alguém me perguntou sobre a última partida, ficou difícil segurar as lágrimas. Durante o jogo pude curtir um pouco, mas o último set foi o mais difícil de controlar o lado emocional. Sabia que eram os últimos momentos e fiquei tremendo, pensando: 'Vai acabar'. Quando acabou, eu fiquei um tempo sentado, pensando em tudo o que passou na minha vida, em todo o sucesso que eu tive. Aí tentei falar o quanto estava feliz em francês, mas meu francês é terrível — disse o tricampeão, bem-humorado.
Jogo de duplas
— O Larri me inscreveu e eu nem sabia. E o meu parceiro (Sebastien Grosjean) estava contundido e nem jogou simples. Agora confirmou presença e o convite. Vai ser legal, uma oportunidade a mais para curtir, uma chance para que as pessoas que vieram de tão longe possam me ver novamente. Mas a minha carreira está oficialmente encerrada. Agora vai ser um pouco de diversão.
Aposentadoria
— Todo mundo vai parar um dia: Federer, Nadal, Djokovic. Hoje foi o meu dia. Não tenho arrependimentos ou tristezas. Sou um cara sortudo. Minha carreira teve duas etapas. Na primeira, fui vitorioso e conquistei muitas coisas. Na segunda, tive muitas dificuldades, mas também aprendi muito.
Saudade do tênis
— O que eu mais vou sentir falta é desses dias antes da competição, dos jogos, a emoção de jogar um breakpoint, um setpoint, coisas que só o esporte pode oferecer. Foram anos muito intensos e vou sentir muita falta disso tudo. Agora, vou buscar outra forma de me sentir feliz como eu era como jogador de tênis — finalizou o tenista.
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