O goleiro Felipe, do Corinthians, reclamou de racismo por parte dos torcedores do ABC de Natal na vitória alvinegra por 1 a 0 pela terceira rodada do Brasileirão Série C. Em entrevista coletiva concedida nesta segunda, o jogador disse sentir-se conformado com a impunidade após ter sido chamado de "macaco".

– Chega a um ponto que é como bater em ponta de faca. Enquanto não tiver uma punição severa para isso, nada vai mudar. Não foi a primeira vez e nem será a última. Essas pequenas pessoas estragaram o espetáculo. Mas hoje em dia é normal. Até alguém ser preso, não vai acontecer nada – lamentou Felipe.

O goleiro explicou que não denunciou os agressores justamente por duvidar que alguma sanção fosse aplicada. O exemplo para ele é o processo que moveu contra Paulo Carneiro, então presidente do Vitória, que lhe desferiu insultos racistas para anunciar sua demissão após o rebaixamento da equipe à Série C do Brasileirão, em 2005.

– E o cara está solto até hoje. Tudo foi provado, com fita, áudio, mas as coisas são assim mesmo. Isso é o Brasil – disparou.

Felipe ganhou o apoio dos colegas na reapresentação do Corinthians, nesta segunda. O Wellington Saci foi um dos que tomaram as dores.

– O que aconteceu foi uma coisa muito feia. Graças a Deus, nunca passei por isso. Mas, quando ocorre com um companheiro, é como se fosse comigo – declarou.