Sem as habituais tiradas bem-humoradas, o técnico Abel Braga mostrou na entrevista coletiva que está abatido pelas três derrotas consecutivas do Inter. Antes do treino da manhã, Abel reuniu o grupo e cobrou mais atenção nas partidas. Nesta terça, o time treinou em dois turnos para que a série de maus resultados acabe no próximo sábado, contra o Sport. Enquanto isso não acontece, o treinador não esconde a frustração:

— Eu saio cansado quando ganho, imagina quando eu perco. E faz três jogos que eu não ganho, estou louco. Fico mal-humorado dentro de casa, durmo pouco. Mas eu tenho que aprender, já está na hora. Ou então é hora de dar um tempo, ficar uns dois ou três meses em casa.

No entanto, Abel garantiu que não está pensando em tirar novas férias estendidas, como quando deixou o comando do time por cem dias, em 2007.

— Uma hora você tem que respirar. Não estou pensando nisso, mas é a maneira de você desligar. Eu não desligo nem ganhando, imagina perdendo. Esse jogo até foi bom, mas o do Sport e o do Palmeiras foram muito ruins para um time da nossa qualidade.

Confira outras declarações do técnico colorado:

Sobre a conversa da manhã

— Hoje ainda ficamos um pouco chateados e conversamos muito de manhã: por que não ganhamos um jogo que fomos tão bem? Mas acho que isso também já passou, porque a qualidade apresentada no treino foi muito grande. Reuni o grupo no final para dizer isso a eles. E dizer que talvez agora eu também bote dois toques no jogo. Assim, nós não carregamos a bola demais. Foi muito bom o que eu vi, pode indicar que já está com a tranqüilidade dentro do normal.

Preferência por enfrentar o Sport classificado ou eliminado na Copa do Brasil

— Tem muito time por aí que só treinou, nós só jogamos. Agora, estamos podendo treinar um pouco. E trabalhar o emocional, que é fundamental para o desempenho. Não só pela derrota, mas pela maneira como aconteceu, abalou muito. Eles podem vir com o moral lá em cima se conseguirem a classificação. Independente de quem jogar ou como jogar, o Inter tem que ganhar essa partida. É fundamental para manter os 100% de aproveitamento em casa, já que nos dois jogos fora, não conseguimos bons resultados.

Possibilidade de contratação de Vítor

— Só falo de contratação quando o jogador está certo. Nem foi nós que procuramos o Goiás, eles que manifestaram interesse em jogadores nossos. Falei com o auxiliar do Vadão, eles querem alguns nossos que é impossível liberar. E o Vítor é o jogador mais cobiçado do grupo deles, então fica difícil. Mas é um jogador interessante, tem muita qualidade.

Avaliação do lateral-direito Jonas

— Ele fez, junto com o Ramon, a função tática mais difícil do jogo contra o Flamengo. E fez bem. Só acho que, além da parte tática, que foi excepcional, porque nós neutralizamos as duas alas do Flamengo, poderia ter tido uma atuação individual mais destacada, como o Ramon. Mas é um menino. Ele faz tudo que a gente pede. E joga nessa posição depois que chegou aqui, porque era meio-campo, mas tem uma velocidade muito boa.