| 02/06/2008 05h36min
Foram as vaias, com certeza foram essas primeiras vaias que determinaram a saída de Abel Braga. De certa forma, ele já havia anunciado a possibilidade. Mas com vaia no empate com o Sport, e especialmente quando tirou Nilmar, que jogara bastante, mas estava parando, os fatos se desencadearam. Ele havia me dito na volta do Bem, Amigos que recebera proposta quase irrecusável dos Emirados Árabes, e que, se aceitasse, faria contrato de 10 meses, não mais. Falou, não me pediu segredo, mas achei que era prudente deixar que se confirmasse. Sair do Inter teria de ter uma motivação. Apenas o dinheiro, que é mesmo muito grande, não seria suficiente. As vaias, por certo, decidiram a questão.
Os sobressaltos iniciais do Inter, portanto, aumentam. No empate com o Sport, Abel improvisou Adriano no lado direito do meio-campo desistindo de um jogador do setor. Não tinha Fernandão nem Magrão, o time estava mais uma vez diminuído, mas mesmo assim faltou apenas gol no primeiro tempo, situações. Sidnei foi
expulso por
segundo cartão (reclamação e chute por trás) e o time terminou tendo de se reorganizar com Ji-Paraná. Evidencia-se que, por uma cruel circunstância, o Inter revelou que não tem substitutos à altura. E agora não tem técnico. Luigi antecipou que o Inter não fará aposta, vai contratar um técnico feito. Autuori, Cuca, por exemplo.
Renan
Salvou-se, aliás, o Inter por força da agilidade, intuição e qualidade de seu jovem goleiro Renan. Foi no pênalti que se pôde ver a sua importância. Carlinhos Bala bateu certo, quase encaminhando o resultado. Mas Renan intuiu qual seria o canto, saltou com energia e precisão, espalmou a bola para a frente e caiu na grama. Bala nem teve de se lamentar: a bola estava descendo a sua frente e, com exatidão, cabeceou no outro canto, uma bola alta. Renan já estava de pé, deu novo salto e conseguiu espalmar a bola. Fazia tempo que não via dois momentos decisivos de um goleiro. Salvou-se ali o time e o
empate.
Sobressalto
Foi
a mudança de Antônio Lopes no segundo tempo que vitimou o Grêmio. Jean foi colocado no meio ofensivo no lugar de Morais, fez os dois gols com chutes à distância, e o time todo tomou a iniciativa da marcação mais adiantada, encurtando o campo de jogo e forçando o ataque. Celso Roth sem Perea promoveu a volta de Reinado, que fez um gol de cabeça com estilo e qualidade. Mas o time perdeu gols de mais no primeiro tempo e isso para um jogo sabidamente igual e marcado pela dramática necessidade do time do Vasco de se reconciliar com sua decepcionada torcida, era mesmo arriscado. Conte-se também que Jean quebrou o serviço de meio-campo e não pôde ou não se soube marcá-lo. Depois do Vasco será o Fluminense, mas depois do sobressalto que por certo terá quarta-feira contra o Boca, na final da Libertadores.
1.500 pessoas
O professor Gadotti sugeriu que subíssemos no palco do ginásio de esportes. Era uma multidão que estava chegando e houve uma pane no
fornecimento de energia, estava tudo
no escuro. Nós dois, ali, era mais uma garantia que também estávamos esperando e que o Encontros com o Professor estava assegurado. Os professores e alunos do Fórum Mundial da Educação, em Santa Maria, batiam fotos, mantinham-se sentados e conversavam além de abanar com as mãos para nós dois. Foi também a noite mais fria. As luzes acenderam uma hora depois, mas ninguém arredou o pé, eram mais de 1,5 mil pessoas. Conversamos sobre Paulo Freire, discutimos sala de aula, inclusão, oprimidos (a tese central de Freire), Gadotti elogiou que se esteja no título dos Encontros valorizando a figura do professor. Foi muito aplaudido, foi uma linda noite gelada.
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