| 02/06/2008 05h40min
Coincidência? Abel Braga anuncia que deixa o Inter para trabalhar no Catar, exatamente, após o péssimo empate contra o Sport Recife, quando o treinador promoveu uma indigesta gororoba tática. Desde a semana passada, o discurso de Abel era quase um anúncio de saída. Mas, pelo jeito, os árabes esperaram para aceitar a proposta de Abel 24 horas após nova frustração do Inter neste Brasileirão.
Abel Braga deixa o Inter em posição delicada no campeonato. Vai para o Catar, mas, mesmo que fosse agora, seria quase inevitável a sua saída mais tarde. Depois de conquistar a Libertadores e o Mundial, Abel entrou em desgaste. O ano de 2007 foi de insucessos. Esta temporada começou com o título da Copa de Dubai e fracasso na Copa do Brasil compensado, parcialmente, com o título do Gauchão.
Mas Abel já começava a mostrar incapacidade de mobilizar o time. Além disso, as conquistas produziram hierarquias internas que vinham norteando o trabalho do treinador. As suas constantes escalações
de Iarley no lugar de
Nilmar, um dos seus eleitos, causavam desconforto no Beira-Rio. Sem considerar a sua baixa disposição em promover jovens que se destacaram nas categorias de base. Abel sai e, especula-se, o Inter fica torcendo para que se acentue o desgaste de Muricy Ramalho no São Paulo. Ele é o preferido. Nos últimos anos, o Inter não tem sido muito criativo na hora de escolher treinador.
Afundando
Com Adriano improvisado na ala-direita e Alex destacado para ser o parceiro de Nilmar no ataque, o Inter voltou a tropeçar. O primeiro tempo foi colorado. Nilmar e Alex se entendiam e o artilheiro do Inter chegou a colocar o time em vantagem após receber ótimo passe de Nilmar. O Sport, percebia-se claramente, não estava focado no jogo. Os próprios dirigentes pernambucanos e o treinador Nelsinho Baptista estimavam, antes do jogo, que seria muito difícil fazer com que o time se concentrasse na partida contra o Inter. E foi o que se viu dentro do campo. Quando veio
a etapa final, repetiu-se o que vem
acontecendo: o vestiário fez mal ao Inter. A situação piorou com a expulsão de Sidnei. O Inter jogou com três zagueiros em linha, e o garoto, por desorientado ou mal treinado, abusou do direito de estar fora do lugar. Com 10 em campo, o Inter foi bravo e combativo, inutilmente. Abel gastou as três substituições possíveis. Quando Iarley entrou no lugar de Nilmar, o Beira-Rio explodiu a sua ira em um grito: Burro! Burro! Burro! - desagradável homenagem ao treinador Abel Braga.
Jean entrou e Roger parou
Com uma substituição, Antônio Lopes inverteu a tendência do jogo que era favorável ao Grêmio e ficou com a vitória, em São Januário. A entrada de Jean foi decisiva, em favor do Vasco. Celso Roth ainda tentou frear o ímpeto do adversário mandando Makelele a campo. Não adiantou. Réver, que vinha sendo destaque, esteve em jornada sem inspiração. Falhou muito e comprometeu a sua defesa. Mas a queda de rendimento de Roger, na etapa final, contribuiu
decisivamente para o decréscimo do
seu time. Roger parou e com ele o Grêmio. A sua substituição se impôs. Não é a primeira vez que Roger esmorece no segundo tempo. Este problema poderia ser resolvido se Julio dos Santos tivesse condições de substituir Roger nestas ocasiões. Como não tem, o Grêmio fica sem articulador ofensivo quando Roger desaparece na partida. Depois do jogo, ressurgiram algumas teorias decoradas e guardadas para atingir Roth, na primeira derrota. Nada a ver com a realidade da partida.
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