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Às vésperas das eleições legislativas marcadas para o dia 28 deste mês, um escândalo de corrupção envolvendo o primeiro-ministro Ariel Sharon sacode o cenário político israelense e faz desabar os índices de intenção de votos no partido Likud, ameaçando chances de reeleição. Sharon convocou a imprensa nesta quinta, dia 9, para dar explicações sobre empréstimos suspeitos envolvendo seus filhos e classificou as acusações de "calúnia". A rede de televisão americana CNN transmitiu ao vivo o pronunciamento do premier.
A transmissão da entrevista pelas emissoras de rádio e de televisão locais foi interrompida pelo presidente da Comissão Central Eleitoral de Israel, juiz Michael Heshin, que a classificou de "propaganda política". Durante o pronunciamento, Sharon concentrou seu ataque verbal no Partido Trabalhista e acusou nominalmente o candidato da oposição, Amram Mitzna, de estar usando seus filhos para tentar prejudicá-lo nas eleições.
Há dois dias, o jornal Haaretz revelou que a polícia israelense iniciou uma investigação sobre um empréstimo de cerca de US$ 1,5 milhão concedido por um empresário sul-africano a Omri e Gilad Sharon, filhos do premier. De acordo com o jornal, Sharon e os filhos seriam suspeitos de ter recebido subornos, de abuso de confiança e de falsos depoimentos.
A investigação policial foi iniciada com a aprovação do conselheiro jurídico do governo israelense, Elyakim Rubinstein, que também é procurador-geral. O Likud está no centro de um escândalo pela compra de votos para compor a lista de candidatos às próximas eleições e pela infiltração de ex-delinqüentes em seu comitê central. Nesse escândalo, também está envolvido Omri Sharon, que foi intimado nesta semana para depor na polícia.
No caso do empréstimo, em que nenhum membro da família Sharon foi interrogado até agora, a Justiça israelense pediu a colaboração das autoridades sul-africanas. O dinheiro teria servido para pagar débitos referentes ao financiamento ilegal da campanha do primeiro-ministro de Israel para ser eleito líder do Likud, nas primárias do partido em 1999. Em princípio, Sharon e seus filhos tentaram pagar essa quantia hipotecando uma propriedade no sul de Israel, mas os bancos recusaram a operação, quando se descobriram que as terras não pertencem à família Sharon.
Ainda nesta quinta, a Suprema Corte de Israel anulou uma decisão do Comissão Eleitoral que havia proibido dois deputados árabes-israelenses de concorrer à reeleição. Com a resolução, Ahmed Tibi e Azmi Bishara poderão disputar o pleito normalmente. O partido árabe Balad ganhou o direito a apresentar sua lista de candidatos. Tibi e Bishara haviam sido suspensos após defenderem o levante palestino (Intifada) e por terem questionado o caráter judaico do Estado de Israel. A decisão pode acalmar as tensas relações entre a maioria judaica e os cerca de 1,2 milhão de árabes do país.
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