| 03/06/2008 05h40min
A cerimônia não pareceu a do adeus, que poderia parecer dramática ou demasiada. Afinal, estava saindo Abel Braga com viagem ontem à noite pela Emirates, de São Paulo. Não é primeira saída, é a quinta, a cerimônia poderia ser requentada. Mas foi adequada: Abel se despediu da imprensa, com os sabidos pedidos de pequenas desculpas por cara feia ou resposta torta, conversou reservadamente com os jogadores no vestiário. O ex-presidente Fernando Carvalho, um de seus amigos no clube, foi se despedir e até chegou mais cedo. Ceará, seu lateral campeão do mundo, estava de visita ao Beira-Rio, se cumprimentaram.
O Inter não deve ter pressa em identificar o substituto de Abel. Já definiu o perfil básico: um técnico experiente, de mão firme e discurso com autoridade. O grupo pode não estar completo, e não está, mas tem boas cabeças, fortes lideranças e um orgulho coletivo que conta muito, se bem administrado. Há três ou quatro com esse perfil. E poderia haver uma surpresa do tipo Geninho, se ele já
não tivesse
assinado com o Botafogo. Ele tem credenciais, menos do que as de Muricy, mas tem. O que não pode acontecer é o atraso. Ou então a mudança de rumo.
Unanimidade
Duvido que haja uma unanimidade entre jornalistas e torcedores, e muito menos entre dirigentes, conselheiros, atuais ou passados. Técnico não gera unanimidade, e se gera, perde em dois jogos mal resolvidos. A idéia de um dos nossos bons técnicos do Interior parece descartada. Abel cria um barragem, depois dele só mesmo técnico com muitos títulos ou referências. Paulo Autuori, talvez.
Guto Ferreira, que tem toda a experiência do clube, do vestiário e do campo de treinos. não precisa fazer mais do que fazia Abel, mas com uma vantagem: é possível que possa escalar e Magrão, o que muda a cara do time. Mas lateral-direito, embora não precise chegar ao exagero de escalar Adriano, terá de pensar quatro vezes ou efetivar Ricardo Lopes. Nada muda
muito.
Pessimismo
O efeito que um fato
negativo tem no futebol não tem igual na política ou na administração pública, mesmo no Detran. O time do Grêmio chegou a ser tratado com determinado orgulho, agora, com a derrota para o Vasco em São Januário, se cogita que tudo não passava de ilusão. Grande parte desse conteúdo pessimista se deve àqueles que retomam suas antigas posições contra o que possa fazer o time sob a orientação de Celso Roth. Misturam-se dois fatos, e não são menos do que fatos do futebol: um não acredita em campanha do time, outro não acredita em nada que se faça. Esse pessimismo também se envolve com a frustração do Gauchão e da Copa do Brasil e fica dependurado na sala de visita. Todo mundo vê.
Jornais
Ontem, o Salgado Filho ficou fechado toda manhã pela cerração. Resultado: não tinha um único jornal de Rio e de São Paulo nas bancas. Trata-se do registro de quem viajou à tarde e gosta de ler jornais.
A propósito: cogita-se da saída de
Luxemburgo para o Lyon, da França. Teria recebido
proposta do tipo que recebeu o Abel: irrecusável. Está no jornal do Luiz Antonio Prósperi, o Jornal da Tarde, no tablóide dentro dele, JT Esportes, muito dinâmico. Notícias de Luiz Felipe Scolari, que não sabe que Portugal vai escalar para estréia na Eurocopa, sábado, contra Turquia: uns estão gordos, outro magros, e todos já estavam de férias há uma semana. Portugal é um dos favoritos, puxado por Cristiano Ronaldo entre outros.
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