O bispo de Duque de Caxias (RJ), dom Mauro Morelli, baixou o tom de suas críticas ao programa Fome Zero, após encontro com o ministro-chefe da casa Civil, José Dirceu, nesta segunda, dia 13, em Brasília.

No final da semana passada, ao mesmo tempo em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levava seus ministros a regiões de extrema pobreza no país, Morelli criticava o suposto veto ao seu nome para fazer parte do Conselho de Segurança Alimentar.

O nome de Morelli teria sido vetado pelo ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano, para evitar confronto com lideranças evangélicas. Ainda no fim de semana, no entanto, o governo procurou desmentir qualquer veto à participação do bispo de Duque de Caxias.

– O que faltou foi um maior diálogo político, gerando uma trombada técnica – disse Morelli após encontro com Dirceu e o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci.

Segundo Morelli, Dirceu o chamou para essa reunião com o objetivo de esclarecer como se dará o andamento do programa Fome Zero.

– O clima da reunião foi bom, mas minha postura é de crítica. Mas faço crítica de forma propositiva – disse o bispo.

Para ele, o combate à fome deve ser conjugado com outras ações para reduzir a pobreza e não apenas a distribuição de cupons para a compra de alimentos.

O projeto inicial Fome Zero, no entanto, prevê uma série de políticas associadas ao acesso de alimentos pela população da baixa renda. O Conselho de Segurança Alimentar será formado por 18 membros da sociedade civil, além de 12 ministros, e Morelli espera ser indicado como um dos representantes de organizações não governamentais de combate à fome.