| 07/06/2008 22h10min
Aos 45 anos, ainda saboreando a façanha de eliminar o Boca Juniors e levar o Fluminense a uma final inédita de Libertadores, o técnico Renato Portaluppi já se sente no direito de sonhar com a Seleção Brasileira. Nesta entrevista por telefone a ZH, Renato admite que é linha-dura com os jogadores, promete ser campeão da América de novo e fala sobre as homenagens que receberá neste domingo contra o Grêmio, seu time do coração. Veja os principais trechos:
Zero Hora - Como é enfrentar o Grêmio, desta vez como um técnico consagrado, finalista da Libertadores?
Renato Portaluppi - Para mim é uma alegria voltar ao Olímpico. Tanto que sempre que vou a Porto Alegre ligo para o seu Verardi (Antônio Carlos Verardi, superintendente) e peço o campo para ele. E ele faz o mesmo comigo. É o carinho. Comecei no Grêmio e foi no Grêmio que conquistei meus títulos mais importantes. Então, me sinto em casa. Agora, na hora que a bola rola, sou
profissional.
ZH - Você
recebeu muitas mensagens do Rio Grande do Sul depois do jogo com o Boca?
Renato - Antes e depois. Por telefone, e-mail, de todo modo
ZH - Qual a diferença do Renato técnico para o Renato jogador?
Renato - Minha personalidade continua a mesma. Mas é lógico que mudei. Estou mais experiente. Mas não abro mão de uma coisa: assim como nos tempos de jogador, quando eu tinha a certeza de tentar a jogada em campo, agora faço o mesmo. Escuto as pessoas, mas quem decide sou eu. Se errar, terá sido pela minha cabeça.
ZH - E essa história de linha dura: é verdade que você controla com rigor até a caixinha dos jogadores?
Renato - Mas tem que ser. Atrasou é multa. E pesada. Eu falo para eles: "É ruim, mas se eu não te multar, daqui a pouco tem 10 chegando atrasado ao treino". E quem chega na
hora não vai achar correto. Então, o cara já sabe: se atrasar, vai desembolsar.
ZH - A
possibilidade de ser o primeiro brasileiro campeão da América como jogador e técnico mexe contigo de alguma forma?
Renato - Seria uma satisfação indescritível. Agora, mais do que nunca, vou correr atrás. É mais um tabu que posso quebrar.
ZH - No começo da carreira de técnico havia desconfiança sobre o teu comando de vestiário, em razão do estilo rebelde dos tempos de jogador. Isso já está superado ?
Renato - Acho que já passei por esta fase de transição. Estou mais experiente. Hoje, conto até 10. Como jogador, meu currículo fala por mim. Tenho pouco tempo como treinador, mas os resultados estão aí. E pode ter certeza: vou ganhar a Libertadores.
ZH - E agora, o coração está dividido entre Grêmio e Fluminense?
Renato - Sou profissional, mas falo isso para todo mundo: sou gremista e
ponto.
ZH - E Seleção? Já está no teu horizonte?
Renato - Quem diz que
não está está mentindo. Quando era jogador, queria a Seleção. Como técnico, vou querer sempre. O Brasil está bem servido com o Dunga. Minha hora vai chegar, mas não quero apressar nada.
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