| 10/06/2008 05h21min
Soluções caseiras do Grêmio, o lateral-esquerdo Helder, 19 anos, e o volante Rafael Carioca, 18, têm algo em comum com Diego e Robinho, estrelas na Europa e na Seleção Brasileira. Os quatro surgiram pelas mãos de Celso Roth.
Criticado pela falta de títulos mais expressivos na carreira de técnico, iniciada há 20 anos no Catar, Roth pode se orgulhar, ao menos, de apostar nos jovens. Sobram exemplos de lançamentos que deram certo. Em 1998, no Inter, ele acreditou no zagueiro Lúcio, recém-chegado do Guará, de Brasília. No ano anterior, havia depositado confiança no centroavante Christian, que estava em Portugal.
— Lancei Lúcio com 18 anos, fiz dele o capitão do time e fui chamado de louco pela opinião pública — lembra o técnico, ainda com algum ressentimento.
Roth também foi o responsável pelo efetivação de Ronaldinho no time titular. Antes de fixá-lo, porém, foi criticado por preferir jogadores mais modestos, como Itaqui e Zé Alcino. Apenas em
1999 o craque do Barcelona firmou-se
no time. Naquele ano, foi eleito o melhor jogador do Gauchão e chegou à Seleção.
— Quando Palhinha foi embora, passei a utilizá-lo — recorda o técnico.
No ano seguinte, de volta ao Grêmio, Roth lançou o volante Eduardo Costa, na época com 17 anos. Era uma época complicada para investir em garotos. Com recursos da ISL, o clube havia contratado o argentino Astrada para a posição.
Em 2002, no Torneio Rio-São Paulo, o técnico promoveu a dupla de garotos Diego, 17 anos, e Robinho, 18. O técnico não resistiu às más atuações do time e deu lugar a Emerson Leão, que acabaria o ano como campeão brasileiro. Ainda hoje, no entanto, Roth é reconhecido na Vila Belmiro por ter dado a primeira chance aos dois jogadores.
Renato Augusto, meia do Flamengo, tinha 18 anos incompletos quando foi chamado por Roth para o time principal do Flamengo. O mesmo ocorre agora com o lateral-direito Felipe Mattioni, 19 anos. A boa atuação contra o
Fluminense, domingo, poderá garantir sua
continuidade.
Roth não reivindica a fama de revelador de talentos. Para ele, o surgimento de novos jogadores também é conseqüência da situação dos clubes que o contratam.
— Eu trabalho com o que tenho. Pela circunstância financeira dos clubes, nunca consegui fazer o que queria. Às vezes, sai caro fazer as escolhas. Tenho que apostar no que tenho no plantel e nas categorias de base — conforma-se.
Neste ritmo, é provável que o meia júnior Douglas Costa, 17 anos, seja a aposta certeira do segundo semestre. O Grêmio já sinaliza com a idéia de antecipar seu lançamento.
Rafael Carioca, que estava nos juniores, e Felipe Mattioni (D) começam a ganhar espaço
Foto:
Jefferson Bottega
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