| 12/06/2008 17h07min
O comitê de campanha de Barack Obama, teve que sair em defesa da mulher do candidato presidencial democrata, Michelle nesta quinta-feira, que se tornou alvo dos ataques de diferentes grupos conservadores do país. Sites como "TheObamaFile.com" e influentes comentaristas de rádio como Rush Limbaugh propagaram o rumor de que existe um vídeo de Michelle usando a palavra "whitey", um termo depreciativo, para se referir aos homens e à sociedade branca.
A campanha desmente estas afirmações em um site que entrou nesta quinta-feira no ar (www.fightthesmears.com) e que se dedicará a jogar por terra os falsos rumores que circulam na rede mundial de computadores sobre os Obama. "A verdade" é que este vídeo não existe, diz o site, que insta os internautas a "levantarem a voz".
Michelle esteve na mira dos conservadores desde que em fevereiro afirmou, por causa da entusiasta
resposta popular à mensagem de mudança de
Obama, que era a primeira vez em sua vida na qual se sentia "realmente orgulhosa" de seu país. Estes comentários foram interpretados como uma alusão ao fato de que pela primeira vez um candidato negro tinha possibilidades reais de alcançar a Presidência em um país com um longo passado racista.
Os assessores de Obama combateram estas declarações ao afirmarem que "o que quis dizer é que se sente muito orgulhosa neste momento, pois, pela primeira vez, milhares de americanos que ainda não tinham participado da política estão se juntando em números recordes na construção de um movimento de base a favor da mudança".
Entretanto, este tipo de afirmação não
convenceu certos grupos e a imprensa conservadora, como a
revista "National Review", que descrevem Michelle como "a metade amarga de Obama" e a versão feminina do reverendo Jeremiah Wright. O pastor de Chicago que casou os Obama e batizou suas duas filhas criou uma grande polêmica há alguns meses depois que foram divulgados alguns trechos de seus sermões.
Em alguns destes sermões, de claro tom racial, Wright instava os afro-americanos a cantarem "Deus amaldiçoe a América", ao invés do tradicional hino "Deus abençoe a América", por causa do racismo que ele afirma ainda existir no país.
Obama se distanciou destes comentários e abandonou a igreja da qual fez parte pelas duas últimas décadas, mas sua longa ligação com esta comunidade se transformou em um material perfeito para seus adversários políticos e em motivo de preocupação de alguns eleitores que temem que ele também possa ser um "radical".
— A verdade é que me dá medo — declarou à Agência Efe Carmen Domínguez, uma microbiologista de origem cubana
aposentada de 75 anos que vive em Miami
e que planejava votar em Hillary Clinton. Entretanto, diante da derrota da senadora democrata, dará seu voto ao republicano John McCain.
Domínguez explicou que o fato de Obama participar por mais de 20 anos da igreja de Chicago o faz pensar que ele "também compartilha desta ideologia". Temores similares poderiam ajudar a explicar, segundo os pesquisadores, o que faz com que o senador por Illinois apareça atrás de McCain entre os eleitores brancos.
A sugestão de que Michelle, a mulher do candidato democrata, compartilha o ressentimento de Wright para com os brancos, poderia ajudar a alimentar os temores de alguns setores de eleitores. A emissora "CNN" prevê, em artigo publicado hoje em seu site, que Michelle desponta como "provável" objeto de ataque da máquina republicana para as eleições gerais de 4 de novembro.
O vídeo contém imagens de pessoas de pé que asseguravam ter se sentido orgulhosos de seu país por toda a vida, e que se intercalavam com
as declarações de Michelle dizendo
que era a primeira vez que se sentia orgulhosa. Obama saiu alguns dias mais tarde na defesa de sua mulher e pediu que a deixassem em paz, mas sua solicitação parece ter caído no esquecimento.
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