| 14/06/2008 23h20min
Incrustada em um penhasco, a casa dos Scolari no balneário português de Cascais, a 30 minutos da capital Lisboa, em breve não terá moradores para apreciar uma vista "mais linda, impossível". O chefe da família, Luiz Felipe, está de mudança para Londres. A partir de 1º de julho, comandará o badalado Chelsea, vice-campeão europeu.
A troca de país obteve aprovação doméstica, claro. Mas a descrição do visual de Cascais, feita por Olga Scolari, mulher do treinador, mostra o quão doloroso será a despedida de Portugal. Ela, o marido e os filhos Leonardo, 24 anos, e Fabrício, 16, criaram vínculo afetivo com a terra onde vivem desde 2003.
— Vai ser bem difícil. Mas vontade e coragem não nos faltam — conta Olga, em entrevista por telefone.
Por enquanto, os Scolari conhecem poucos detalhes práticos da ida a Londres, como a data da mudança em definitivo. Sabem apenas que será em julho, no caso de Felipão, e entre agosto e setembro para a família, devido ao calendário letivo do caçula Fabrício, aluno de uma escola americana em Portugal. Formado em Direito e estagiário de um grande escritório de advocacia em Lisboa, Leonardo não acompanhará os pais.
Felipão assinou contrato de R$ 1,9 milhão mensais por quatro anos. No acordo, exigiu moradia. Olga diz que se trata de praxe: foi assim com os portugueses, no Palmeiras e no Cruzeiro. O Chelsea cederá, por ora, uma casa pertencente a Roman Abramovich, magnata russo do petróleo, dono do clube e um dos homens mais ricos da Inglaterra - estima-se sua fortuna em 18 bilhões de euros.
Olga desconhece a localização exata da nova casa. Seria perto do Estádio Stamford Bridge, no bairro nobre de Chelsea, região central da capital
inglesa. Os Scolari nunca visitaram o país
onde vão morar. Quando viajam em férias pela Europa, locam um carro. Dirigir na Inglaterra exige atenção redobrada: o volante dos carros é no lado direito. Na hora de decidir, o passeio ficava adiado. Mas não foram apenas as férias britânicas que Felipão postergou na Europa. Depois de Copa de 2006, recebeu convite da seleção inglesa. Recusou.
— Queríamos estar ao lado dos filhos — confessa Olga.
O contato com Felipão é diário. Um telefonema, no mínimo. Na sexta-feira, Olga dividia a casa com Leonardo, de folga no trabalho devido ao feriado de Santo Antônio de Lisboa. Preparou massa à bolonhesa - Fabrício faz a refeição no colégio. Entre os Scolari, todos são fãs da cozinha. Mas só Olga e Leonardo apreciam frutos do mar, base da culinária britânica.
Menos mal que, como ela mesmo diz, coragem não falta para as novas aventuras da família de Felipão na terra da rainha.
Dinheiro para gastar
Os recursos disponibilizados para contratações nesta temporada
pelo Chelsea equivalem a metade do orçamento de 2008 do município de Caxias do Sul.
Chelsea R$ 318 milhões
Município de Caxias do Sul R$ 654 milhões
Dinheiro para ganhar
O salário mensal de Felipão será de R$ 1,9 milhão
É como se ele ganhasse um Big Brother Brasil (R$ 1 milhão) a cada 15 dias ou 4.578 salários mínimos por mês.
Valores aproximados. A moeda na Inglaterra é a libra esterlina.
Felipão agora tem o desafio de levar o Chelsea aos principais títulos da Europa
Foto:
Federico Gambarini/EFE
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