| 18/06/2008 04h14min
A Seleção não dá segurança, e o técnico Dunga já é visto com reservas. Portanto, o clássico desta noite contra a Argentina, em Belo Horizonte, só podia estar cercado da tradicional desconfiança mineira.
Confira os detalhes do clássico
A festa está pronta. O circo armado em cada lugar visitado pela Seleção está com a lona esticada. O Mineirão parece efervescer nestes dias. Só há uma ressalva: o time. A atuação desastrosa contra o Paraguai deixou os mineiros sestrosos. Do mais anônimo ao famoso e cordato Tostão.
— A renovação é lenta. Precisa tentar alternativas. Não existem jogadores fabulosos no momento, mas o Dunga tem que mudar
um pouco o grupo — sugeriu o tricampeão.
Para Tostão, há um vácuo de
produção na nossa fábrica de craques. Apenas Kaká e Ronaldinho podem se dizer "craques". Como eles estão fora e vivem às turras com Dunga, "a qualidade da Seleção caiu". Restou Robinho, mas este, na opinião de Tostão, ainda precisa subir alguns andares na carreira. Isso reflete-se em campo.
— Com o Dunga, na maioria das vezes, a Seleção não agradou — observa.
Mesmo descontente com o rendimento, Tostão pretende se acomodar no Mineirão às 21h50min para assistir ao clássico. Se saísse ontem de sua casa em Nova Lima, na região metropolitana, e chegasse ao centro da Capital encontraria raros sinais do jogo.
Só mesmo na Praça da Estação havia indícios do jogo da Seleção. Dali saem os trens de passageiros com destino a Vitória, com parada nas históricas Mariana e Ouro Preto. O local abriga as grandes festas populares, como as disputas entre as quadrilhas de São João.
Hoje, a praça será do futebol. Um telão mostrará o jogo.
Faltou ingresso. Boa parte dos 57 mil colocados à
venda ficaram com cambistas. A arquibancada, de R$ 30, passou para até R$ 180.
O espetáculo da noite no Mineirão promete. Os mineiros do Jota Quest e do Skank fazem show antes da partida. Pedro Bial, o amigo dos Big Brothers, será o mestre de cerimônias. Para completar, Gal Costa foi a escolhida para cantar o hino nacional. Ontem, ela fez a passagem de som no início da noite e premiou quem seguiu no estádio depois do treino da Seleção.
Reinaldo, ex-centroavante da Seleção e do Atlético-MG, ídolo mineiro e comentarista da TV Alterosa, foi ao estádio para participar de reportagem. Quando o viu, o preparador físico Paulo Paixão, em serviço com a Seleção, deixou o gramado do Mineirão e foi abraçá-lo.
Assim como Tostão, Reinaldo está descontente. Condena principalmente os três volantes apresentados por Dunga durante a derrota diante do Paraguai. Mas, em Minas, até o Skank, do show de abertura, deve estar desconfiado com a
Seleção.
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