| 20/06/2008 05h23min
Destaques do time júnior do Grêmio, o meia Douglas Costa e o volante Tiago Dutra não participaram da conquista do troféu Angelo Dossena sub-20, na Itália. Preocupada com o assédio de empresários, a direção "escondeu" os dois jogadores em Porto Alegre.
Ontem, durante homenagem aos juniores campeões, o presidente Paulo Odone admitiu que é um risco expor de forma demasiada jogadores menores de idade. Mesmo que, no caso de Douglas e Tiago, já tenha ocorrido renovação de contrato por cinco anos, com cláusula de multa penal. O dirigente teme o que chama de pirataria dos grandes clubes europeus.
Assim, em decisão conjunta com o diretor-executivo, Rodrigo Caetano, Odone definiu que os dois guris, observados por pelo menos três clubes europeus, ficariam fora da viagem.
— Como a legislação não nos ajuda, é preciso preservar alguns nomes. Basta alguém pagar a multa para levar embora qualquer jogador. Não pretendemos fazer dinheiro agora com Douglas e Tiago.
Queremos usufruir do talento deles
por uns dois ou três anos, pelo menos — garantiu o presidente.
Além de preservá-los de empresários, a direção estabeleceu uma política de bom relacionamento com seu representante legal, César Bottega. Este garante ser de seu interesse a permanência dos jogadores no clube. Bottega elogia a iniciativa da direção de submeter Douglas e Tiago, ambos de 17 anos, a um tratamento que lhes dará mais força e resistência. Os jogadores serão observados durante a Taça Federação Gaúcha e deverão passar ao grupo profissional em setembro.
Odone lembrou ontem de dois episódios em que precisou agir com rapidez para não perder futuros craques. O primeiro, em 1987, envolveu Assis, irmão e procurador de Ronaldinho. Informado de que o Torino, da Itália, havia levado o jogador para testes, Odone viu-se forçado a negociar com ele o primeiro contrato profissional. Na época, Assis tinha apenas 17 anos e seu único vínculo com o Grêmio era o contrato de amador.
— Demos
a ele uma casa com piscina, igual a
de Renato Portaluppi — recorda o dirigente.
Em 2005, temeroso de que o meia Anderson, cujo contrato estava por se encerrar, fosse embora de graça, Odone decidiu convocá-lo para uma reunião. Até hoje, passados três anos, ele diz não esquecer do gesto de maturidade e gratidão do jogador, hoje no Manchester, da Inglaterra.
— Ele disse: presidente, me venda agora. O Grêmio tem o direito de ganhar dinheiro comigo — conta Odone.
Efetuada em duas etapas, a venda de Anderson rendeu ao Grêmio 8,5 milhões de euros (R$ 21,1 milhões).
Presidente Paulo Odone decidiu que os jovens talentos Douglas e Tiago não participassem do torneio para evitar assédio e pirataria de clubes europeus
Foto:
Cristiano Estrela,ESPECIAL
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